Nas vésperas da inauguração da Linha Vermelha do metro do Porto, que ligará Pedras Rubras à Póvoa de Varzim, a Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, presidida por Miguel Relvas, reuniu com a Junta Metropolitana do Porto (JMP). O encontro visou ultimar pormenores para a reunião da próxima quinta-feira com o ministro das Obras Públicas, Mário Lino.

“Estão criadas as condições para resolver os problemas que têm atrasado os trabalhos do metro do Porto”, disse hoje, terça-feira, o presidente da JMP, Rui Rio.

Em cima da mesa esteve a criação da Autoridade Metropolitana de Transportes, para maximizar a entrada em funcionamento do metro do Porto de forma articulada com os restantes transportes públicos.

Acerca do TGV, Rui Rio referiu que foi discutida a necessidade de completar a linha do norte da Peninsula Ibérica através da linha Matosinhos-Tui. Segundo o presidente da JMP, “tirando os constrangimentos de carácter financeiro que possam existir, tanto os responsáveis pela Junta como os da Comissão Parlamentar têm convicção de que faz todo o sentido que esse bocadinho seja feito, ficando no seguimento da linha de Lisboa até à Corunha”.

Rui Rio anunciou ser sua intenção propôr a Mário Lino a criação de um gabinete técnico de apoio para a linha Porto-Lisboa que fique sediado no Porto. A ideia é aproveitar os recursos do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia do Porto. “Tenho a certeza que no Norte existem profissionais com o conhecimento necessário para serem responsáveis pela obra do metro”, disse.

Esta reunião surge depois da ameaça do Governo de retirar a maioria do capital que os autarcas detêm na Metro do Porto, medida que reforçaria a posição do Estado dentro da empresa. Acusada de ser responsável pelas derrapagens dos custos do projecto, a JMP refuta esta opinião. Miguel Relvas, da Comissão Parlamentar das Obras Públicas, garante que “não existiram derrapagens mas sim ajustes”. “O projecto inicial não se veio a concretizar na integra, houve imprevistos normais”, afirmou.

Também Miguel Relvas realçou acreditar que “estão reunidas as condições necessárias para que, depois de amanhã, na reunião entre a JMP e o ministro das Obras Públicas sejam dados passos importantes no sentido da resolução do principais problemas do metro do Porto”.

Paula Teixeira
Foto: Pedro Rios/Arquivo JPN