Racionalizar o acesso aos cuidados e actualizar as taxas as vigor foram as justificações dadas pelo secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, para o aumento das taxas moderadoras.

Em conferência de imprensa, o secretário de Estado afirmou que esta actualização devia ter sido feita há Dois anos e que nada tem a ver com o financiamento do Serviço Nacional de Saúde, uma vez que as taxas moderadoras representam somente 0,5% do total da despesa.

O Governo distancia-se das críticas que lhe foram feitas, justificando o aumento de 2,4% com o valor da inflacção previsto para este ano (2,3%).

Segundo o secretário de Estado, o facto do maior aumento incidir sobre os serviços de urgência prende-se com o elevado número de verbas gastas pelo Governo com as “falsas urgências”, que representam 40% das urgências hospitalares.

Deste modo, “o aumento maior nas urgências deve ser entendido como um sinal de que as urgências hospitalares não são a forma mais adequada de aceder aos cuidados de saúde”, concluiu o secretário de Estado.

Para responder a esta situação, o Governo promete alternativas que passam pela requalificação dos serviços existentes, pela criação de unidades de saúde familiares, de um programa de cuidados a idosos e de uma linha telefónica de atendimento.

Francisco Ramos frisou ainda que o regime de isenções, que abrange cerca de metade da população portuguesa, permanecerá intacto.

Sónia Santos
Foto: Paula Coutinho/Arquivo JPN