A deputada e escritora Natália Correia é hoje, sexta-feira, homenageada com a apresentação de um livro que conta a história da sua vida e das suas obras. O livro, intitulado “A Senhora da Rosa”, da autoria de Maria Amélia Campos, investigadora, é apresentado na Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa.

Esta é a primeira obra biográfica sobre Natália Correia, que foi, para além de deputada à Assembleia da República, romancista, ensaísta e poeta. O livro é editado 13 anos depois da morte de Natália Correia.

Amélia Campos explica ao JPN os motivos que a levaram a fazer o livro. A investigadora sentiu-se logo seduzida pela escritora e deputada quando leu pela primeira vez algumas das suas intervenções políticas, no âmbito de um estudo que realizava. “Não foi só por um texto que eu li, não foi só por um diário. Foi na grande capacidade que ela tinha de tocar qualquer assunto. Tinha uma força argumentativa quase telúrica. Tinha um humor também muito especial”;, disse, justificando as razões que a levaram a escrever a biografia.

“Dar a conhecê-la é um dever de qualquer pessoa que esteja ligada à cultura”. “Ela é uma história viva que não se pode perder”, acrescenta.

O livro retrata a vida da escritora e deputada em 14 capítulos. Este não é um número pensado ao acaso. A organização do livro foi pensada ao pormenor – “foi “sugerida [por Natália Correia] através da sua própria obra e através daquilo que eu fui buscando do que era este ser que buscava uma dimensão quase mística”, diz. Os “14 retábulos são uma referência ao dia 13 em que ela nasceu, mas também aos 14 mistérios, as 14 paragens de uma via sacra”.

Editada pela Parceria A. M. Pereira, a obra inclui em anexo alguns documentos sobre o percurso escolar da escritora, uma cronologia e uma lista de obras editadas.

Natália Correia, natural da Fajã do Baixo (Ponta Delgada), nasceu em 1923 e morreu em Lisboa em 1993. A obra da escritora dispersa-se por vários géneros e tem, entre outros, publicados os títulos: “Anoiteceu no Bairro”, “Apécora”, “O Encoberto” e “Erros meus, Má fortuna, amor ardente”.

Rita Pinheiro Braga
Fonte: DR