Se se confirmar o encerramento das linhas do Tua, Corgo e Tâmega, a região de Trás-os-Montes vai ficar sem ligações ferroviárias.

Ao JPN, José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela, lamenta o facto de ter tido conhecimento da notícia através da comunicação social e de não ter sido informado nem pela CP nem pelo Ministério das Obras Públicas.

O autarca refere que o encerramento da linha do Tua vai “condenar a região a não ter nenhuma ligação ferroviária com o litoral”.

Os cinco municípios que a linha atravessa apresentaram há mais de cinco anos uma solução ao Governo. A proposta consiste em fazer uma sociedade de exploração da linha através das carruagens do Metro Ligeiro de Mirandela e da REFER (Rede Ferroviária Nacional).

Para o autarca esta é a solução mais viável e que “apenas exigia do Governo um pagamento de 300 mil euros de concessão de serviços”. José Silvano refere que “o que está a ser delineado com base nas cinco regiões plano é uma forma de concentrar dois terços das pessoas e da riqueza do país num terço de Portugal”.

O partido ecologista “Os Verdes” considera a decisão “perfeitamente descabida, quando o comboio é uma proposta interessante a nível económico, de segurança e ambientalmente correcta”.

Portugal é dos países que mais emite dióxido de carbono para a atmosférica devido aos transportes rodoviários. O comboio apresenta uma boa alternativa porque não emite gases.

A dirigente do partido, Manuela Cunha, refere, ao JPN, que o encerramento das linhas ferroviárias vem agravar a desertificação e cortar as hipóteses de desenvolvimento das regiões do interior.

No dia 7 de Abril, os presidentes das câmaras de Mirandela e Carrazeda de Ansiães vão apresentar as suas posições de forma a alertar as populações.

ACTUALIZAÇÃO (30-03-06)

O Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações já se pronunciou sobre esta situação, e negou a intenção de encerrar as linhas ferroviárias. Em comunicado enviado à agência Lusa, o Ministério diz que a decisão ainda não está tomada e que no momento a CP está a estudar a rentabilidade das linhas.

Ana Rita Basto
Foto: SXC