O partido que saiu ontem vitorioso das eleições israelitas quer formar um governo de coligação. O Kadima, de Ehud Olmert (na foto), pretende uma aliança entre outros partidos que também concorreram às legislativas.

O embaixador de Israel em Portugal, Aaron Ram, não faz previsões sobre que tipo de coligação se pode esperar. Mas adianta ao JPN que “é possível uma coligação com os partidos Shas [partido religioso], dos Pensionistas, ou o Trabalhista”.

O Kadima precisa de ter 50% dos assentos no Knesset (parlamento) e para tal precisa de se coligar com pelo menos mais dois partidos, explica Aaron Ram. O partido fundado por Ariel Sharon conseguiu apenas 28 dos 120 assentos parlamentares.

Aaron Ram defende que a Palestina deve renunciar à violência e ao terror e aceitar negociar. “Não podemos negociar com alguém [o Hamas] que não reconhece o direito de Israel existir”, alega o embaixador israelita em Portugal. Mas sublinha: “A separação unilateral será em último caso”.

O Hamas, que ganhou as eleições para o parlamento palestiniano em Fevereiro e subiu hoje ao poder, quer a libertação total dos territórios palestinianos e não reconhece Israel como um Estado.

Depois da vitória do Kadima, o líder Ehud Olmert lembrou que serão impostas fronteiras unilateralmente entre israelistas e palestinianos, caso não se verifique a cooperação do lado palestiniano.

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, recusa a tomada de posições unilaterais por parte de Ehud Olmert, o primeiro-ministro interino israelita, mas já afirmou estar disposto a negociar com Israel.

Gina Macedo
Foto: DR