“Estamos atrás dos padrões de qualidade urbana europeus”. A expressão é de Bernardino Guimarães, da associação ambiental Campo Aberto, e foi proferida durante a apresentação do livro “Reflectir o Porto e a Região Metropolitana do Porto”.

O livro, apresentado hoje, sexta-feira, pela associação de defesa do ambiente, é uma colectânea que condensa as “lutas cívicas que a Campo Aberto encabeçou ou apoiou” e destina-se a “dar a conhecer tomadas de posição e trabalhos de análise feitos sobre temas polémicos como, por exemplo, a intervenção que está a ser feita na Avenida dos Aliados”, diz Bernardino Guimarães da associação.

Apesar de criticar a política “esquizofrénica” da Câmara Municipal do Porto por causa das “zonas de expansão urbana que o Plano Director Municipal (PDM) tem previstas”, este livro não se destina a abordar de forma negativa os problemas ambientais da cidade, mas antes a divulgar “propostas positivas e construtivas sobre os problemas focados”, podendo vir a ser, no futuro, um “instrumento de trabalho na óptica do ambiente sobre cinco anos de vida da cidade”, diz José Carlos Marques, da direcção da Campo Aberto.

O livro aborda as discussões do presente e do passado para que “os decisores e os interesses presentes e futuros” não possam “dizer que não sabiam”, pode ler-se na contracapa. Esse é aliás, um dos objectivos da publicação: propôr uma reflexão sobre o que tem sido feito na cidade e área metropolitana do Porto, passando por temas como o Parque da Cidade e o próprio PDM, de forma a “impedir as destruições que possam ainda ser impedidas, restaurar e reparar o que puder sê-lo”.

“Estamos atrás dos padrões de qualidade urbana europeus”, alerta o dirigente. E acrescenta: “se o PDM actual for seguido, o Porto jamais vai ter espaços verdes iguais aos da média europeia”.

Inês Castanheira
Foto: Pedro Sales Dias/Arquivo JPN