Há mais de 25 anos que o Porto se encontra a sofrer “um processo degenerativo” no que toca à Baixa e Centro Histórico da cidade. A “inversão” do processo de degradação terá o seu “início real daqui a quatro ou cinco anos”. As palavras são do presidente do Conselho de Administração da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), Arlindo Cunha, em entrevista, por e-mail, ao JPN.

Em funcionamento há cerca de dois anos, a SRU do Porto tem como estratégia “intervir em conjuntos de edifícios e em conjunto de quarteirões”, sendo, neste momento, o objectivo até 2011, a intervenção nos “eixos República, Aliados, Sé/Vitória, Infante e Carlos Alberto, Poveiros/S. Lázaro”, para além da Frente Ribeirinha e o Parque da Inovação.

O número 150 da Rua das Flores, o primeiro edifício a ser recuperado, ainda não tem data de conclusão marcada, apesar da sua finalização ter sido anunciada para Março. Segundo fonte da Porto Vivo, neste momento há já mais de 70 interessados nos apartamentos do prédio.

No que toca à participação dos jovens, “público-alvo inicial do processo de reabilitação urbana”, espera-se que consigam desenvolver “novas actividades e negócios” que promovam a dinamização do centro da cidade, afirma o presidente do Conselho de Administração da SRU.

Em relação aos preços do metro quadrado (estimados em 1.500 euros, no máximo), o administrador admite que o preço se confirma “face aos custos que envolveram a experiência do edifício da Rua das Flores”. Ainda assim, admite que possam ser reduzidos em situações de maior escala.

De acordo com Arlindo Cunha, a Porto Vivo não tem o papel de “dinamizador cultural ou económico”, mas tem a seu cargo a “reabilitação do edificado e do espaço público”. É nesse âmbito que se enquadra a recuperação de edifícios tão marcantes da Baixa como os cinemas abandonados (o cinema Batalha, por exemplo, que vai ter abertura no dia 11 de Maio), apesar dessa recuperação ser da “responsabilidade de empreendendores privados que contarão com o apoio da Porto Vivo”, afirma o ex-ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente.

Para 2010, Arlindo Cunha espera ver “uma cidade mais equilibrada nos seus usos e na sua ocupação com a sua Baixa e Centro Histórico em crescendo de protagonismo e de dinamismo”.

Tiago Dias
Foto: Pedro Sales Dias/Arquivo JPN