Mais de 200 pessoas rumaram à Cooperativa Árvore na noite de anteontem, para um leilão que pôs à venda cerca de 111 trabalhos do acervo da instituição. A iniciativa foi organizada com o objectivo de corrigir a situação financeira da instituição face aos compromissos da Cooperativa com artistas e fornecedores.

O objectivo foi mais que conseguido. O balanço foi “interessante”, afirma o vice-presidente da instituição, Amândio Secca. “[As expectativas] situavam-se na ordem dos 150 mil euros e nós ultrapassamos largamente esse limite financeiro”. As obras leiloadas faziam parte de “um ‘stock'” de trabalhos doados “pelos próprios autores, prémios de aquisição” e de “obras adquiridas pela própria Árvore”, acrescenta.

“A Árvore não é um museu, portanto, parte destes trabalhos [das obras que foram a leilão] estava embrulhado há 20 anos em armazém”, explicou. “Pareceu-nos um acto de gestão corrente vendê-los”. Mesmo assim, diz Amândio Secca, a Árvore vendeu “menos de um terço” daquilo que possui em termos de obras.

Dos 111 trabalhos levados a leilão, 94 foram vendidos a “alguns amigos da casa e a outros desconhecidos”. No total, estiveram “mais de 200 pessoas” presentes para participar no leilão ou simplesmente para manifestarem o seu apoio para com a Árvore. “Até pelos valores que alguns trabalhos atingiram, penso que há aqui um certo espírito de solidariedade com uma casa de cultura do Norte e sobretudo do Porto”, disse.

Inês Castanheira
Foto: DR