A partir de hoje, terça-feira, está à disposição um blogue onde se pode conhecer os testemunhos de portugueses sobre a situação vivida em São Paulo. Esta é uma iniciativa da PT que vem na sequência da instabilidade que se vive na cidade brasileira e das dificuldades nas comunicações telefónicas fixas e móveis causadas pela saturação das redes.
O blogue Comunidade Portuguesa em São Paulo abriu à meia-noite de hoje e já conta com mais de uma dezena de “posts” de portugueses residentes naquele estado brasileiro que relatam numa perspectiva intimista o que lá se passa e como a comunidade lusa está a encarar a violência.
Segundo testemunhos publicados no blogue, os portugueses estão “calmos mas atentos”, mas referem que “o caos está à solta”. Há quem responsabilize o governo brasileiro pela situação actual, alegando ter autorizado 10 mil presos a irem a casa para comemorar o Dia da Mãe (comemorado no Brasil uma semana depois do que em Portugal), enquanto os motins começavam em 73 prisões.
Violência estendeu-se às ruas, mas foi controlada
A violência transferiu-se das prisões para as ruas de São Paulo, mas as autoridades garantem que a situação está controlada.
Até ao momento, os dados apontam para 81 mortos e 49 feridos, vítimas dos ataques que ocorreram em estabelecimentos prisionais, mas também em bancos e autocarros.
Após três dias de motins, a calma parece regressar aos poucos à cidade brasileira. O Governo de São Paulo anunciou ter retomado o controlo em 73 estabelecimentos prisionais onde os presos se tinham revoltado desde sexta-feira. Mas 29 prisões do estado paulista continuam a ser controladas por presos.
O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, enviou para as ruas cerca de dez mil elementos da polícia militar que tentam dominar a onda de violência que se vive desde sexta-feira.
A lista de 81 mortos contabilizados pelo Governador de São Paulo não inclui nomes de portugueses ou luso-descendentes e os 50 portugueses detidos nas prisões da cidade estão bem de saúde.
O “Diário de Notícias” avança com a notícia de que 16 portugueses estão detidos em estabelecimentos prisionais onde ainda ocorrem motins.
A violência em São Paulo começou sexta-feira, numa revolta organizada em resposta à transferência de 700 presos para uma prisão de segurança máxima.
O Primeiro Comando da Capital, uma associação criminosa apoiada por dinheiro pago por reclusos e antigos presos, poderá estar por trás de grande parte das acções violentas que têm acontecido nos últimos dias em São Paulo.
