A situação económica melhorou no primeiro trimestre do ano, mas confirma o “modo lento como tem decorrido a recuperação da economia”, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) na Síntese Económica de Conjuntura [PDF], divulgada hoje, segunda-feira. No entanto, a maioria dos sectores económicos está deprimida e os indicadores de clima e actividade económicos não melhoraram.

Os “sinais de maior dinamismo” na indústria transformadora, cujo volume de negócios cresceu quase cinco pontos percentuais, e o “crescimento muito significativo das exportações” (em 5,9 pontos percentuais) são apontados pelo INE como os principais motores da tímida recuperação económica.

O indicador de clima e actividade económicos não registaram melhorias – situam-se nos 0,6% e 1,3% respectivamente. Contudo, aponta o INE, “caso tais sinais perdurem, poderão representar o arranque de uma fase mais viva de crescimento”, visto que o crescimento na indústria transformadora (o único sector que não está deprimido) poderá ter acelerado a actividade económica. A procura interna recuperou, tanto devido ao consumo privado como ao investimento (melhorou de menos 3% para menos 1,8%).

O volume de emprego aumentou, principalmente devido à recuperação na indústria transformadora, o que representou a evolução homóloga mais favorável desde o terceiro trimestre de 2002. O desemprego cresceu “menos intensamente”. Mas há sinais negativos no mercado de trabalho: o índice de emprego baseado nos Indicadores de Curto Prazo caiu quatro pontos percentuais.

A inflação acelerou uma décima, para 2,8%, no primeiro trimestre, devido, sobretudo, ao comportamento da componente de bens, nomeadamente dos combustíveis e produtos alimentares, mas desacelerou em Abril.

Pedro Rios
Foto: SXC