A Administração Regional de Saúde do Centro anunciou o encerramento do bloco de partos e da urgência de obstetrícia e ginecologia do Hospital de S. Miguel, em Oliveira de Azeméis para o dia 1 de Junho. O Dia Mundial da Criança ficará assim marcado pelo fecho do bloco de partos do Hospital de S. Miguel, a primeira das seis unidades de saúde a ser encerradada.

As parturientes de Oliveira de Azeméis serão encaminhadas para Santa Maria da Feira mas o Hospital de S. Miguel continuará a assegurar a assistência às grávidas com consultas de especialidade durante os nove meses de gestação. A população de Oliveira de Azeméis reagiu de forma pacífica a esta decisão, ao contrário do que aconteceu em Barcelos e Elvas.

A partir de quinta-feira os órgãos de comunicação locais vão publicar uma nota do Hospital de S. Miguel onde é explicado o processo de mudança.

Esta medida vem na sequência das indicações da Comissão Nacional de Saúde Materna, que denunciou a falta de segurança em 16 blocos de partos.

Para além do hospital de Oliveira de Azeméis, o Governo também já tinha anunciado o encerramento dos blocos de partos de Barcelos, Santo Tirso e Elvas até 30 de Junho e dos de Figueira da Foz e Amarante até 31 de Dezembro.

Lutas contra fecho das maternidades

A Comissão de Defesa da Maternidade do Hospital de Santo Tirso (CDM-HST) vai entregar na próxima semana, ao primeiro-ministro e à Assembleia da República, 10 mil assinaturas com o objectivo de impedir o encerramento do bloco de partos daquela unidade hospitalar. Depois da manifestação de 9 de Abril e da vigília de 6 e 7 de Maio, este procedimento volta a demonstrar o descontentamento da população.

O encerramento da maternidade de Santo Tirso está suspenso devido ao decretamento provisório, emitido pelo tribunal no seguimento da providência cautelar interposta pela autarquia.

O ministro da Saúde contestou, segunda-feira, os fundamentos apresentados pelo juiz do tribunal de Penafiel na providência cautelar. O tribunal de Penafiel deverá agora pronunciar-se até à próxima segunda-feira sobre a manutenção ou não do decretamento provisório.

Também as comissões de utentes dos hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco e as uniões dos sindicatos promovem acções em simultâneo. Às 18h00 de hoje vão realizar uma concentração em frente dos governos civis para aprovar um documento que depois será entregue aos representantes do Governo nos distritos.

Paula Coutinho
Foto: SXC