Bombeiros profissionais de vários pontos do país estiveram hoje, quarta-feira, concentrados em frente à Câmara do Porto (CMP), em protesto contra a alteração dos horários de trabalho dos Batalhão de Sapadores Bombeiros da cidade e o protocolo assinado entre a autarquia e os bombeiros voluntários na semana passada. Nas contas dos bombeiros, estiveram 400 profissionais na manifestação.

O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, entregou um abaixo-assinado e documentação a defender a existência de quatro turnos e 40 efectivos (o mesmo número que existia antes do protocolo), o que permitira poupar 500 mil euros por ano à CMP, o mesmo que a autarquia quer economizar na redução das horas extraordinárias.

Com o protocolo firmado entre a CMP e os voluntários a 1 de Junho, o número de bombeiros permanentemente em serviço é de 24, decisão que, segundo Fernando Curto, corresponde a uma “imposição economicista” do vereador das Actividades Económicas e Protecção Civil, Sampaio Pimentel.

Já o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, Carlos Leal, considerou que o “vereador assinou um protocolo sabendo que não o podia cumprir”, argumentando que os “serviços não protocolados acabam por ser feitos na mesma pelos sapadores” devido à falta de meios dos bombeiros Voluntários do Porto e Voluntários Portuenses.

Fernando Curto queria entregar o abaixo-assinado a um membro dos gabinetes de Sampaio Pimental ou do presidente da Câmara, mas acabou por fazê-lo ao comandante da Polícia Municipal do Porto, Jorge Barreira. Situação que deixou o presidente da ANBP “um pouco perplexo”. “Isto é uma questão política e não de outra natureza”, lamentou.

Para Curto, a decisão de Sampaio Pimental não tem “sustentabilidade” técnica e põe em perigo a segurança das pessoas. “Quando fizemos greve o serviço mínimo era de 40 bombeiros. E agora? É de 24?”, ilustrou.

Texto e foto: Pedro Rios