Foi um quarto dia de Campeonato do Mundo de futebol cheio de golos. Marcaram-se nove golos nos três jogos de segunda-feira com principal destaque para a vitória da Itália frente ao Gana.

O resultado de 2-0, no entanto, não espelhou o que aconteceu no encontro. A “Squadra Azzura” jogou bem ao seu estilo, no típico futebol defensivo à italiana e foi o Gana que acabou por ser a equipa a atacar mais. No entanto, a Itália foi letal e aproveitou as poucas oportunidades que dispôs: dois golos cinco minutos antes do final de cada parte.

Aos 40 minutos, Pirlo (na foto) marcou na sequência de um canto – uma “bomba” do médio italiano sem hipóteses para o guarda-redes ganês. Aos 85, Iaquinta aumentou para 2-0. O avançado da Udinese, que entrou para substituir Gilardino, aproveitou uma falha de Kuffour para se isolar e estabelecer o resultado final. Os italianos entram assim com o pé direito na competição, apesar dos ganeses terem dado boa réplica.

República Checa dá “show” frente aos EUA

No outro jogo do grupo E, a República Checa goleou os EUA por 3-0, num verdadeiro recital de futebol, orquestrado pelo maestro Tomas Rosicky. O médio checo foi o herói da partida ao apontar dois golos de belo efeito, que decerto vão ficar na história do Mundial 2006. Antes das obras-primas de Rosicky, os checos chegaram à vantagem, logo aos quatro minutos, por intermédio do gigante Koller, a responder de cabeça na perfeição a um cruzamento de Grygera. Koller acabaria por sair devido a uma lesão muscular.

Os EUA ainda tentaram ripostar, com Reyna a mandar uma bola ao poste, mas só dava Rosicky. O médio do Bórussia de Dortmund (foi cobiçado pelo FC Porto, mas vai para o Arsenal) fez o 2-0 aos 35 minutos. Um remate monumental, sem hipóteses para o guarda-redes Kasey Keller. O Mundial 2006 tem sido feito de golos bonitos e este foi, de certo, um dos melhores.

Rosicky voltaria a repetir a graça, mas desta feita a bola embateu com violência na barra. À terceira tentativa, novo golo do checo e o 3-0 final. Faltavam 15 minutos para o fim e a armada americana capitulava perante uma República Checa que mostrou ser capaz de chegar longe no Campeonato do Mundo.

Cahill sai do banco para dar vitória à Austrália

O primeiro jogo do dia colocou frente a frente Austrália e Japão, duas selecções com um futebol bonito e jogadores de qualidade a actuar nos campeonatos europeus. A partida teve emoção até final e um jogador saído do banco que decidiu tudo. Cahill, australiano ao serviço do Everton, entrou na segunda parte para dar a vitória aos “cangurus”. Até aí os japoneses dominavam e venciam por 1-0, fruto de um golo de sorte, marcado por Nakamura aos 25 minutos.

Aos 83 minutos, iniciou-se a reviravolta australiana. Canto na esquerda e Cahill a aproveitar uma saída em falso do guarda-redes Kawaguchi para fazer o empate. Cinco minutos depois, o mesmo Cahill virou o resultado, num golo de belo efeito. Completamente perdidos, os japoneses consentiram o 3-1, marcado por Aloisi já depois da hora.

Amanhã, terça-feira, Brasil e Croácia fecham as contas do grupo F.

David Pinto
Foto: FIFA