Começa já para a semana o evento que proporciona uma alternativa aos tradicionais festivais de Verão. De 3 a 9 de Agosto, o Festival Boom 2006 vai dar a oportunidade de usufruir de vários estilos musicais, dançáveis ou não, do chamado “psy-trance”, ao reggae, dub e world music, a par de instalações multimédia e vários eventos paralelos. Entre os vários DJ e artistas presentes, incluem-se os percursores do trance Cosmosis e Goblin.

Situado na herdade do Torrão, em Idanha-a-Nova, o festival deverá ser o que menos impacto ecológico terá na área em que se insere, devido sobretudo à temática da edição deste ano, que fomenta justamente a adaptação ambiental sustentada.

Entre casas de banho secas, livres de químicos e pensadas para a adubagem de terrenos, chuveiros que poupam até 80% de água e cinzeiros de bolso, para evitar beatas no chão, há também conferências e “workshops” sobre o tema por especialistas de Harvard e da Universidade de British Columbia (Canadá), com o intuito de fomentar a consciência ambiental.

A própria elaboração das estruturas do festival será conduzida por uma equipa de bio-arquitectos de Bali, que incluem o arquitecto indonésio Amir Rabik, cônsul honorário de Espanha e de Portugal em Bali, e que irá conduzir um concerto a realizar já nesta sexta-feira, cujo objectivo será aproximar as culturas indonésia e portuguesa.

Para tal, Amir Rabik chefia a “Jegog Orchestra – Jogeg Bumbung”, grupo cuja sonoridade consiste na manipulação de instrumentos construídos a partir das maiores espécies de bambu da Indonésia e que actuará em conjunto com um grupo de adufeiras de Idanha-a-Nova.

Festival mais internacional do país

O Boom prima também pela multiculturalidade do seu público, sem paralelo em quaisquer outros festivais a decorrer em Portugal. Segundo a organização, “estão já registadas 63 nacionalidades diferentes na pré-compra de bilhetes”, num evento que se espera vir a reunir cerca de 20 mil visitantes.

“A implementação do Boom em Portugal e no mundo tem crescido na medida em que também têm crescido os seus conceitos”, que se terão diversificado ao ponto de constituírem um “entretenimento visionário”, disse ao JPN Artur Silva, da Good Mood.

Os bilhetes para o festival ficam por 110 euros à porta do recinto, estando também disponíveis no “site” do evento.

André Sá
Foto: DR