É o festival português com maior número de bilhetes vendidos. O Sudoeste, que começa hoje, quinta-feira, e dura até domingo, comemora o 10º aniversário com dezenas de propostas, do reggae à electrónica, divididas, tal como no ano passado, por três palcos.

Sem o peso histórico de Vilar de Mouros ou o culto alternativo de Paredes de Coura, o festival da Herdade da Casa Branca, na Zambujeira do Mar, tem já uma mística própria. Seja pela “Elsa”, esse grito que andou na boca de todos em 1998, ou pelas peregrinações à praia paradísiaca do concelho de Odemira, o evento foi crescendo, registando uma afluência média de 50 mil pessoas por ano.

Hoje, o destaque vai para Gentleman, Mattafix e Afrika Bambaataa. Gentleman, o maior nome do reggae alemão, encerra as festividades no palco principal. Antes, a dupla inglesa Mattafix vai cruzar reggae, r&b, hip-hop e pop. De sublinhar ainda os concertos, no palco Planeta SW, de Afrika Bambaataa, um dos fundadores do hip-hop, do brasileiro Seu Jorge e dos Twilight Singers (do ex-Afghan Whigs Greg Dulli).

A electrónica dançável travestida de punk rock dos Prodigy e a bipolaridade de Alison Goldfrapp (entre o glacial e o descaradamente sexual) são os pratos fortes da noite de amanhã, a par dos portugueses David Fonseca, Linda Martini e X-Wife no palco Planeta SW.

Amanhã abre ainda o palco Positive Vibes, que, como o nome denuncia, apresenta um cartaz paralelo dedicado às sonoridades jamaicanas. Jimmy Cliff e Anthony B são alguns dos nomes fortes do reggae que por lá vão passar.

Daft Punk e Madness em destaque

Os franceses Daft Punk (na foto), talvez o nome mais aguardado do festival, fazem a sua estreia em Portugal sábado, com um espectáculo audiovisual que, diz quem viu, impressiona. Outro nome grande é o dos Madness, banda fundamental na onda ska que atravessou o Reino Unido na passagem da década de 70 para os anos 80. No palco Planeta SW, há mais razões para a dança: os portugueses Buraka Som Sistema prometem rever o kuduro à luz de outras músicas de rua e os WhoMadeWho devem atirar-se ao punk funk do disco de estreia.

Na noite de fecho, haverá mais uma cerimónia de devoção aos Xutos & Pontapés. Aliás, a música portuguesa domina este dia (anote-se: Revistados, tributo hip-hop aos GNR, Legendary Tiger Man e Prince Wadada). A pop movida a violino de Owen Pallett (Final Fantasy) e a sensibilidade acústica de Jose Gonzalez também merecem atenção.

O passe para os quatro dias do festival, com acesso ao campismo, custa 70 euros, enquanto os bilhetes para um só dia custa 40 euros, sem direito a acampar.

Pedro Rios
prr @ icicom.up.pt
Foto: DR