“Houve em todo o processo várias críticas muito duras e pouco fundamentadas, mas tudo valeu a pena porque o número de alunos com positiva a Química duplicou”. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, mostrou-se hoje, sexta-feira, satisfeita com os resultados no exame de Química na segunda fase, uma das duas provas que a tutela permitiu repetir. O número de alunos com positiva a Química duplicou relativamente à primeira fase.

A média dos exames da segunda fase de Química, do programa novo do 12º ano, subiu 1,9 valores, situando-se nos 8,8 (na primeira fase foi de 6,9). Já a Física, a outra disciplina abrangida pelo despacho do secretário de Estado da Educação que autorizou a segunda oportunidade, registou uma descida de quatro décimas nas médias dos exames (de 7,7 valores na primeira fase para 7,3).

A possibilidade dos alunos terem uma segunda oportunidade para concorrer à primeira fase de acesso ao ensino superior foi justificada pelo Ministério da Educação com o facto dos exames a Física e Química (programas novos) terem sido os que registaram maiores desvios nas notas face ao passado e à mesma disciplina no caso das provas do programa antigo. Na primeira fase de exames, 80% dos alunos tiveram negativa a Química, e 70% a Física, o que correspondeu à duplicação das taxas de reprovação nestas disciplinas.

Ministério respondeu à “carta aberta” do provedor

Na conferência de imprensa de hoje, Maria de Lurdes Rodrigues disse ainda não compreender o ofício do provedor de Justiça, no qual Nascimento Rodrigues considerou “manifestamente ilegal” o despacho que autorizou a repetição de exames.

“À carta aberta [do provedor de Justiça] respondi em carta fechada. Não entendo como é possível emitir opiniões sem conhecimento dos factos e sem procurar informação. Não recebemos qualquer pedido de informação por parte da Provedoria”, criticou a ministra da Educação.

Para Nascimento Rodrigues, esta medida do Governo “não tinha, à data, qualquer arrimo normativo que lhe conferisse sustentação”, pelo que seria sempre “ilegal” qualquer que fosse a justificação invocada.

Pedro Rios
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Foto: João Queiroz