Era tenso o ambiente que se vivia hoje, sexta-feira, de manhã na Escola Secundária Filipa de Vilhena, no Porto. As portas ainda não estavam abertas, mas eram já muitos os alunos que aguardavam com expectativa os resultados da segunda fase dos exames nacionais do secundário. O Ministério da Educação vai fazer o balanço dos exames nacionais esta tarde.

“Que ‘stress’!”, desabafava Diogo, enquanto puxava de um cigarro. “Se passar a Matemática, o meu pai dá-me um carro”, contou ao JPN o aluno que quer seguir Economia, “provavelmente” na Universidade do Porto.

A espera não foi grande. Mal se abriram as portas, os passos acelerados e nervosos dos alunos dirigiram-se para o corredor onde se encontravam as pautas. “Tive 14!”, gritou Diogo.

A mesma sorte não teve João Rocha. O oito a Matemática obriga-o a estudar mais um ano no secundário. “Quando fiz o exame, pensei que tinha passado, mas depois de ver a correcção vi logo que ia chumbar”, disse, desiludido.

Os sentimentos eram contrastantes. Uns festejavam, outros não conseguiam conter algumas lágrimas. Afinal, os resultados dos anos anteriores mostram, regra geral, que as classificações tendem a descer na segunda fase dos exames.

Ao final da manhã, na Escola Secundária António Nobre, também no Porto, o ar que se respirava era bem mais calmo. A maioria dos alunos já esperava na longa fila para tratar dos documentos necessários para a candidatura ao ensino superior, cujo prazo começa hoje.

Tânia Bacelo espelhava alegria no rosto. O 19 a Química era o motivo de tanta satisfação. “O exame não era fácil, mas correu bem”, reconheceu. Tânia não fez parte do grupo de alunos a quem o Ministério da Educação deu a oportunidade de repetir os exames do novo programa de Física e Química. “É totalmente injusto”, defendeu. “Para dar oportunidade a uns, tinha que dar a outros”.

Nesta altura, o que mais se ouvia no átrio da escola eram os toques dos telemóveis. “Tive 16 a Filosofia!”, contava Ana à mãe. O contentamento era notório. Afinal, a faculdade é o próximo passo.

Texto e fotos: João Queiroz
[email protected]