Portugal é um dos países da União Europeia (UE) com maior número de desempregados (6,7%), mas é também dos que menos investe na sua formação e reintegração. Os dados divulgados ontem pelo Eurostat [pdf] colocam Portugal como o segundo país da UE a 15 que menos aposta em políticas de apoio ao emprego.

Em 2004, em Portugal, o custo de formação de cada desempregado (em comparação com o poder de compra de cada país) foi de nove mil euros, menos de 50% da média europeia, cifrada em 18,8 mil euros.

Nas posições cimeiras encontram-se a Holanda e a Dinamarca que investem, respectivamente, 44 mil e 39 mil euros no emprego. O que significa que os seus desempregados recebem quatro vezes mais que os congéneres portugueses.

Em termos globais, os 25 países da UE gastaram nas políticas de emprego 2,3% do produto interno bruto (PIB). Em Portugal, essa percentagem situa-se perto dos 2%.

Políticas passivas dominam investimento

Os dados divulgados pelo Eurostat confirmam que as despesas dos vários países incidem sobretudo nas políticas passivas de emprego, que correspondem, de uma forma geral, aos subsídios de emprego e às reformas antecipadas.

Em Portugal, dois em cada três euros são aplicados em prestações sociais, valor muito próximo da média da UE (63%). A restante parcela diz respeito às políticas activas, que incluem os custos com os funcionamentos dos serviços públicos.

Estas políticas, cujo maior investimento é feito pela Suécia, consistem, entre outras medidas, no apoio à formação profissional e incentivos à criação de emprego e de empresas.

João Queiroz
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Foto: Joana Beleza/Arquivo JPN