“O Corpo como Utensílio. O Corpo como Matéria” estreia domingo no Museu de Serralves, no Porto. A mostra, patente na biblioteca do museu até 7 de Janeiro do próximo ano, aborda a integração do corpo em diversas expressões artísticas, como a pintura, a escultura e o vídeo.
A exposição, comissariada por Guy Schraenen, reúne trabalhos de cerca de 40 artistas. As fotografias, vídeos, filmes, documentos e peças sonoras apresentadas encaram o corpo como um novo fio condutor da obra de arte e como uma nova forma de investigação artística.
“O Corpo como Utensílio. O Corpo como Matéria” debruça-se sobre três temas fundamentais: a “Body Art”, a performance e os “happenings”.
A “Body Art”, que surgiu na década de 60, usa o corpo do artista como suporte ou meio de expresão, através das artes visuais, como a fotografia, a pintura e os vídeos.
Yves Klein é um dos pioneiros da “arte do corpo” – o francês chegou mesmo a usar corpos femininos como pincéis vivos. Outros artistas, como Gina Pane criaram até obras que implicavam a automutilação e autoflagelação.
Actividades até 10 de Dezembro
Integrada na exposição, decorre no Auditório de Serralves um conjunto de actividades de cinema, vídeo, performance, música, teatro, dança e escultura, conferências e um seminário, entre 27 de Outubro e 10 de Dezembro.
A crítica de arte e ensaísta Anne Tronche virá a Serralves, no dia 28 deste mês, falar sobre o panorama da “Body Art” em França. Nos dias 9 e 10 de Dezembro, decorre um seminário sobre “Traços da criação coreográfica actual”.
No teatro, a 18 de Outubro, a portuense ASSéDIO produz “Passos”, de Samuel Beckett. “Sim Não”, de Francisco Tropa, é a proposta na área da escultura (9 a 12 de Novembro). Na dança, Serralves apresenta “Os Solos de’O, O”, de Emmanuelle Huynh, Sylvain Prunenec e Jennifer Lacey (9 de Dezembro).
O japonês Keiji Haino (24 de Novembro), um dos expoentes máximos do “noise” e da música improvisada, é o nome maior da programação musical. No dia seguinte, o projecto austríaco Fuckhead, dos artistas multimédia Didi Bruckmayr e Michael Strohmann, explorará o rock mais físico num concerto/performance extrema. A 28 de Novembro, nova incursão pelo “noise” com os belgas Bum Collar (ex-Club Moral).
