O Papa Bento XVI está na Turquia desde ontem numa visita considerada de alto risco, devido às polémicas declarações proferidas pelo Sumo Pontífice há cerca de três meses sobre Maomé.
O Papa foi recebido pelo primeiro ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, no aeroporto de Ancara. Até ao início desta tarde não havia notícia de incidentes, como os que precederam a chegada de Bento XVI – grupos islamistas e nacionalistas manifestaram-se contra a visita do líder católico.
Em conversa com o primeiro ministro turco, Joseph Ratzinger disse apoiar a adesão da Turquia à União Europeia, apoio que Erdogan considera de extrema importância no incentivo à política equilibrista entre a maioria muçulmana e a comunidade católica turcas.
Em declarações à imprensa, Bento XVI defendeu o diálogo entre cristãos e muçulmanos que “respeite as diferenças e reconheça o que têm em comum”. Para o Papa, “o diálogo inter-religioso e intercultural é hoje uma necessidade vital” e dele “dependerá em grande medida o futuro”.
Em defesa da liberdade religiosa
O que, inicialmente, levou o chefe da Igreja Católica a território turco foi a promoção e defesa da liberdade religiosa, em particular para a minoria cristã ortodoxa da Turquia. Disse o Papa que “a liberdade religiosa, garantida institucionalmente e respeitada na prática, tanto para os indivíduos quanto para as comunidades, constitui para os crentes uma condição essencial”.
O programa da visita papal apresentou, ainda, a tradicional deslocação ao mausoléu de Atatürk, um encontro com o Presidente da República, Necdet Sezer, e um outro encontro, privado, com o responsável pelos assuntos religiosos do Governo turco, Ali Bardakoglu.
Hoje, o dia começou com uma missa celebrada na igreja da Virgem Maria, em Esmirna, também denominada por “Casa de Maria”, um dos principais locais de peregrinação católica da Turquia. Depois da missa, Bento XVI viaja até Istambul, onde se vai encontrar com o Patriarca Bartolomeu I, chefe da Igreja Ortodoxa.
À chegada ao aeroporto de Esenboga, segundo a agência de notícias oficial turca Anatólia, o Sumo Pontífice afirmou que as reuniões que teve com o primeiro ministro turco “foram muito importantes e positivas”
