Já “chumbou” dois anos, um para ir ao Campeonato do Mundo e outro para rumar a Itália, onde foi campeão na temporada 2004/05 pelo Sisley Treviso. Hugo Gaspar, 24 anos, está no 5º ano do curso de Medicina e é um dos valores seguros da selecção nacional de voleibol.
Se tudo correr bem, dentro de um ano e meio o oposto (atacante principal) da selecção e do Vitória de Guimarães estará licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). No entanto, ainda não sabe o que fazer depois de acabar o curso. “Ou termino o curso e dedico-me [ao voleibol] durante dois ou três anos, lá fora, enquanto tenho idade e capacidades físicas, ou dedico-me à futura profissão”, diz ao JPN.
Este dilema “acontece com muitos atletas”, nota Gaspar. Por isso, a selecção nacional é “muito jovem” e composta maioritariamente por estudantes ou jogadores que, terminados os cursos, rumam para equipas estrangeiras. Há muitos atletas que “deixam o desporto cedo demais”. Uma situação pouco animadora se comparada com a realidade que o atleta conheceu em Itália, onde o “voleibol é totalmente profissional”
Por enquanto, Hugo Gaspar tentar conciliar desporto e estudos, algo “extremamente complicado” e que resulta em muitas faltas a exames. “O curso só por si já é dificil”, mas “tendo de treinar todos os dias num clube e no Verão pela selecção” mais complicado se torna. De Abril a Junho, os jogadores da selecção tornam-se “profissionais”, concentrando-se apenas na equipa nacional.
Conciliar actividades exige “muito boa programação”. O estatuto de atleta de alta competição permite-lhe alterar a data dos exames, mas só cobre as faltas dadas ao serviço da selecção.
Hugo Gaspar orgulha-se de representar uma “selecção muito nova e muito boa, à custa de muito trabalho”. “Estamos entre as 15 melhores do mundo. Pertenço à geração que mais tem feito pelo crescimento do voleibol”. No último campeonato do mundo, em 2002, Portugal ficou em 8º lugar, mas falhou o apuramento para o campeonato deste ano.
