Seis alunos da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) venceram o concurso de ideias “InnovationPoint” com um projecto de avaliação e remediação de solos contaminados com gasolina. O prémio é entregue sexta-feira, na sede da Innovation Point, em Braga.

O projecto “AIR de Solos – Avaliação, impacte e remediação de solos contaminados com gasolina” foi o escolhido entre 77 ideias de negócio propostas por estudantes de universidades e politécnicos. O prémio tem o apoio do Gabinete do Plano Tecnológico e do IAPMEI.

A técnica de avaliação é “muito simples”. Funciona através da amostragem no local, “sem perturbar o funcionamento normal da gasolineira”, explica Tatiana Pozdniakova, líder da equipa de estudantes da FCUP. O método é simples, eficiente e apresenta baixos custos.

O mesmo se passa com a remediação, que também não exige a suspensão do funcionamento da gasolineira. “No caso do solo estar contaminado, é necessário proceder à implementação de técnicas de remediação”. O grupo de estudantes propõe a extracção de vapores do solo e a biorremediação.

O projecto é inovador pela sua natureza “multidisciplinar”, já que envolve conhecimentos de química, física, geologia e bioquímica.

“Por outro lado, a inovação está também na ideia de negócio por nós proposta, visto que saiu recentemente uma directiva comunitária de protecção do solo e em Portugal a Lei dos Solos está a ser preparada, devendo obrigar todas as actividades que colocam o solo em risco a avaliar o seu estado de contaminação e a remediá-lo”, explica Pozdniakova.

Os estudantes não têm ainda planos concretos quanto à possível aplicação comercial da ideia. “Um dos prémios [do concurso] consiste em ‘dar-lhes condições para o desenvolvimento das ideias’. Vamos ver o que acontece na entrega do prémio”.

A contaminação dos solos tem efeitos nefastos na fauna e na flora, mas também na saúde humana. As fugas de gasolina para os solos podem acontecer devido a uma “falha humana durante a descarga do combustível, defeitos na estrutura do tanque, envelhecimento e corrosão das paredes dos tanques e acidentes naturais, como, por exemplo, sismos”.

Pedro Rios
prr @ icicom.up.pt
Foto: DR