Descobrir se existem planetas exteriores ao sistema solar e analisar a estrutura interna das estrelas. É o que vai fazer o satélite CoRot, lançado quarta-feira, e que conta com a participação de cientistas portugueses, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e do departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
“O envolvimento de cientistas portugueses neste projecto internacional assume grande importância no futuro”, explica ao JPN o director do CAUP, Mário João Monteiro. “Este satélite vai determinar a investigação astronómica nos próximos vinte anos”.
Por isso, a inclusão da equipa portuguesa nesta missão garante a Portugal “o acesso às investigações que vão ser feitas nas duas próximas décadas”, diz o professor, nomeado co-investigador da missão pela Agência Espacial Europeia (ESA).
Os investigadores portugueses vão “desenvolver ferramentas numéricas e teóricas que permitam interpretar os dados recolhidos pelo CoRot”. “Nestas primeiras semanas, cabe à equipa de engenheiros fazer os testes necessários para verificar se todas as vias de comunicação com a Terra funcionam”. “[Depois] avançamos para a ciência propriamente dita”, refere Mário João Monteiro.
A missão CoRot é liderada pela agência espacial francesa, apoiada pela ESA e por parceiros europeus.
Participação portuguesa em novos projectos espaciais
Portugal integra a missão CoRot como membro da ESA, condição que garante aos investigadores nacionais a participação noutros projectos espaciais da agência. Mário João Monteiro revela que equipas de cientistas portugueses se preparam para integrar “missões espaciais da ESA e da NASA”.
O projecto mais próximo em que os investigadores nacionais vão marcar presença chama-se “Gaia“. É uma missão ambiciosa: criar um mapa tridimensional da Via Láctea, que permitirá revelar a composição, formação e evolução da galáxia a que a Terra pertence. O satélite será lançado em 2010.