Quase duas semanas depois da entrada em vigor da última fase da nova rede da STCP, os protestos voltaram hoje a bloquear parte da Baixa do Porto em plena hora de ponta.

Eram 17h30 quando cerca de 150 pessoas cortaram o trânsito na Rua dos Clérigos. A acção de protesto obrigou à acção do Corpo de Intervenção da PSP que restabeleceria a circulação automóvel pelas 19h.

A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto já procedeu a várias mudanças exigidas pelos utentes, mas para os contestatários é o tudo ou nada. As alterações limitaram-se a “minimizar os problemas”, justificou o coordenador do Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (MUT-AMP), Norberto Alves. As críticas focam-se agora na questão dos transbordos.

“Dar um doce às pessoas não chega”, disse Norberto Alves, lamentando a ausência de utentes do bairro da Pasteleira, para onde a STCP anunciou soluções para o serviço nocturno. Para o representante dos utentes, a táctica de repetidos protestos até que a rede anterior seja reposta não levará a uma perda de força do movimento.

Protestos surpresa

O objectivo é a suspensão total do novo modelo, que eliminou 44 linhas de autocarros e criou outras 30. O MUT-AMP admite avançar para a Comissão Europeia, depois de solicitações, infrutíferas até ao momento, às autarquias e ao Governo. Falta também saber se e quando a Assembleia da República vai discutir o assunto, depois de entregue uma petição com 6.500 assinaturas.

Norberto Alves avisou que os protestos vão passar a não ser avisados, para evitar que a STCP altere as rotas dos autocarros de forma a evitar bloqueios. Há já protestos anunciados para amanhã, em Rio Tinto, Maia e Lavra.

Texto e foto: Pedro Rios
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