A União Europeia quer aumentar a qualidade das bolsas de apoio à mobilidade e financiar “períodos de formação de estudantes universitários em contextos empresariais ou centros de investigação”, anunciou hoje a directora da Agência Nacional para os Programas Comunitários Sócrates e Leonardo da Vinci, Maria Alexandra Vilela.

A novidade reflecte uma tendência comum a todo o espaço europeu: “a articulação cada vez mais necessária entre universidades e meio empresarial”, explicou a responsável, que vai dirigir a agência nacional para o novo “Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida” 2007-2013.

A primeira fase das inscrições para os quatro pilares do programa, em que se inclui o célebre Erasmus, termina em 30 de Março. O novo enquadramento “aumenta a qualidade”, mais do que a quantidade, explicou Maria Alexandra Vilela, no final de uma sessão de esclarecimento com representantes de instituições de ensino superior, que decorreu hoje na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

“Não temos como objectivo aumentar o número de bolsas, mas antes o valor médio [dos apoios]”, explicou. A bolsa padrão aumenta para 200 euros, mais 50 euros do que o valor em vigor desde 1993.

O orçamento global do programa é de cerca de 7 mil milhões de euros, dos quais 40% se destinam ao Erasmus, 25% ao Leonardo da Vinci (formação profissional), 13% ao Comenius (para professores e alunos do pré-escolar ao secundário) e 4% ao Grundtvig (educação de adultos).

Estes quatro sectores surgem agora integrados no mesmo programa. O objectivo é olhar para o percurso dos cidadãos europeus numa perspectiva de formação “ao longo da vida”. O novo enquadramento integra ainda o programa Jean Monnet, que apoia instituições e actividades no domínio da integração europeia.

A directora revelou ainda que Portugal é um destino “cada vez mais atractivo” para os programas de mobilidade estudantil, sobretudo para os alunos dos países do leste europeu.

Pedro Rios
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Foto: Arquivo JPN