A Câmara do Porto (CMP) apresentou esta sexta-feira o novo Plano Municipal de Emergência (PME), que já prevê medidas a tomar em caso de sinistro na rede de metro. A última revisão do documento foi feita em 1999, três anos antes da entrada em circulação do metropolitano.

Elaborado pelo Gabinete de Protecção Civil do Batalhão de Sapadores Bombeiros (BSB) do Porto, o novo documento vem dar resposta à necessidade dos municípios de disporem de medidas de prevenção, planeamento e coordenação de acções de socorro face a um acidente grave, catástrofe ou calamidade.

O plano comtempla ainda novas estratégias de actuação em caso de sinistros na zona histórica, incêndios urbanos e industriais, acidentes de viação com camiões de transporte de matérias inflamáveis ou inundações nas zonas ribeirinhas do Douro.

No caso das inundações, está a ser preparado um Plano Especial de Cheias, que é, segundo o vereador Manuel Sampaio Pimentel, uma das grandes prioridades da CMP e da Protecção Civil.

O responsável pelo pelouro das Actividades Económicas e da Protecção Civil reconheceu que 2006 foi “um ano difícil” em que se implementaram algumas mudanças importantes como as alterações nos horários e em que foi lançado um concurso para o recrutamento de novos bombeiros.

“Esperamos que 2006 seja o ano da estabilidade no sector”, profetizou Sampaio Pimentel, que fez questão de sublinhar a uniformização de todos os PME dos outros concelhos integrados na Junta Metropolitana do Porto.

Nuno Pinto, do Gabinete de Protecção Civil do Batalhão de Sapadores Bombeiros, justificou a necessidade de um novo plano: o outro já se encontrava “desajustado” face às características do concelho do Porto, como o número de trabalhadores, de veículos ou embarcações turísticas.

O PME, que vai ser aprovado na próxima terça-feira em sessão da CMP, será “activado” na iminência ou a ocorrência de um acidente grave por indicação do presidente da Câmara.

Autarquia imune às críticas

Sampaio Pimentel reagiu ainda às críticas do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNB) sobre a alteração de horários que provocou o aumento do número de turnos e a consequente redução do número de efectivos em cada turno.

“Caso se verificasse uma perda dos níveis de segurança da cidade, a situação seria alterada no minuto seguinte”, garantiu o vereador, que afirmou que vai manter o protocolo celebrado com os dois corpos de bombeiros voluntários da cidade, apesar das críticas sindicais sobre a ineficácia da resposta.