O Presidente da República acredita que as energias renováveis têm um potencial económico que Portugal não deve desperdiçar. “Criam empresas, empregos e podem transformar-se num factor de desenvolvimento e de competitividade do país”, afirmou Cavaco Silva, esta segunda-feira, no início da segunda jornada do “Roteiro para a Ciência“, dedicado às energias limpas.

Esta manhã, o Presidente esteve no Parque Eólico de S. Paio, em Vila Nova de Cerveira, um investimento de 12,2 milhões de euros, e na Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP), que tem “muitas parcerias” para a produção de energia a partir do vento. As energias renováveis são, destacou Cavaco, um “campo bastante alargado” para as parcerias entre o meio empresarial, as universidades e os centros de investigação que quer ver reforçadas.

A “actividade científica de inovação e a maior proximidade das universidades com as empresas” são, a par do cumprimento das metas vinculativas da União Europeia (UE) para o combate às alterações climáticas, e da “criação de riqueza”, duas das vantagens da aposta nas energias limpas, destacou Cavaco aos jornalistas presentes na FEUP.

A jornada começou com a visita de Cavaco Silva ao Parque Eólico de S. Paio. É um dos 10 equipamentos deste tipo que até finais de 2088 vão ser construídos no Vale do Minho, num investimento superior a 400 milhões de euros, de que vai resultar a obtenção de uma potência total de 300 megawatts. “Podemos estar perante uma segunda Autoeuropa. É um sector industrial com grande força económica”, afirmou.

Na visita aos laboratórios da FEUP e do INESC Porto, o Presidente da República ficou a conhecer projectos nas áreas dos ambientes costeiros, recursos hídricos, integração das energias renováveis nas redes eléctricas, eficiência energéticas nas cidades, entre outros.

Portugal “bem colocado”

A aposta nas energias limpas é particularmente importante no actual cenário europeu. A UE comprometeu-se na semana passada a chegar a 20% de energia produzida a partir de fontes renováveis até 2020, bem como a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Cavaco considera Portugal “bem colocado” para este esforço. “Não teremos muitas dificuldades para acompanhar as metas vinculativas”, disse. Admitiu, porém, “algumas dificuldades no que respeita às metas vinculativas estabelecidas por Bruxelas quanto às emissões de gases que produzem efeito estufa”.

Também o ministro da Economia, que acompanhou Cavaco nas visitas, destaca a importância das energias renováveis. “É dos poucos campos em que Portugal está na vanguarda da UE”, afirmou. Manuel Pinho lembra que a meta do Governo é a terceira mais ambiciosa da Europa: 45% da electricidade deve ser gerada a partir de fontes renováveis. “Sempre disse que o nosso nuclear é o casamento das energias hídrica e eólica”, disse.

A segunda jornada do “Roteiro para a Ciência” prossegue esta segunda-feira em Oliveira de Frades e Aveiro. Terça-feira, segundo e último dia do percurso, Cavaco visita equipamentos em Tomar, Lisboa e Vila Franca de Xira.