Na hora de renovar o guarda-roupa, os estudantes universitários gostam de estar na moda, mas preferem peças confortáveis. “A moda tem que se colocar ao serviço das pessoas e não o contrário”, afirmou ao jornal “Público” Isabel Cantista, uma das autoras do estudo baseado em 1.206 inquéritos realizados em cinco universidades portuguesas: três privadas e duas públicas, quatro no Porto e uma em Lisboa.

O relatório é apresentado esta terça-feira durante um seminário promovido pela AESE – Escola de Direcção e Negócios e pela Associação Portuguesa de Cultura e Desenvolvimento.

Estar na moda é importante para 57% das mulheres e 43,3% dos homens inquiridos, mas apenas se prevalecer o conforto. O conforto é mesmo o primeiro critério de compra para 79,1% das mulheres e 77,9% dos homens.

A alta costura está “out” para os universitários. As tendências mais “in” são o “streetwear”, com peças confortáveis, simples, básicas, de preço adequado. Os estudantes tendem mesmo a desvalorizar as grandes marcas.

As mulheres continuam a preferir marcas como a Zara, Mango ou Salsa (primeiras no “ranking”), mas também vão às feiras – para 91,6% das inquiridas os locais de eleição para a compra de peças básicas, restos de colecção a preços e qualidade aceitáveis.

Já os homens são mais fiéis às marcas e às lojas e “não se importam de pagar mais porque compram menos vezes”, explicou a autora, doutorada em gestão da inovação pela Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha. Os homens ficam-se pelas lojas multimarca em 79,2% dos casos, contra 83,8% das mulheres.

E quando é a hora de escolher uma peça de roupa os universitários preferem as ofertas das lojas em vez de folhear as páginas de revistas: 60,4% no caso dos homens e 45,9% das mulheres.

O sector dos acessórios ganhou importância, na medida em que são a “expressão da individualidade”. As inquiridas apostam nos sapatos, carteiras e bijuteria (por esta ordem) como forma de diferenciação. Os homens preferem mais os óculos de sol e os relógios para afirmar o seu estilo de vida.