“Existia uma convicção de que o Porto não tinha cinema, que estava tudo localizado na periferia. Recusamo-nos a aceitar essa situação”, explicou o vereador do Pelouro da Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva. Por isso, nasceu a “Agenda do Cinema Independente”, “uma coisa muito simples mas com potencial para ser muito eficaz”, garante.
“Contactámos as várias instituições que apresentam cinema independente na cidade e propusemos a criação de um sistema que articulasse essa informação, que pudesse surgir todos os meses e que tivesse uma plataforma digital que fosse sendo carregada com a ajuda dessas instituições”, explicou esta quinta-feira, durante a apresentação e lançamento da Agenda, disponível em papel e em suporte digital.
O objetivo não é criar novas salas de cinema, mas sim “dotar a cidade de um programa sistemático de agenda de cinema que ela já tinha mas que estava, se calhar, invisível”, disse o vereador. Assim, promotores de cinema como o Cineclube do Porto, a Fundação de Serralves, a Medeia Filmes ou mesmo as sessões gratuitas das faculdades de Direito e Belas Artes da Universidade do Porto (UP) ou da Escola Superior Artística do Porto têm direito a um espaço na Agenda.
A “ideia de que o Porto não tem cinema é errada”
, adjunto do pelouro da Cultura e diretamente envolvido na criação da agenda, acrescentou que o projeto da autarquia terá no site os dias das sessões, descrições sobre os filmes, preços, um mapa que permita localizar os locais e ainda uma pequena história desses espaços. A agenda deve sair “um ou dois dias” antes de cada mês.
Também o responsável pela Medeia Filmes, , acha que a “ideia de que o Porto não tem cinema é errada”. “Existe um cinema alternativo, com uma rotatividade muito maior, porque temos menos público”, garante.
O facto de as salas serem mais pequenas e o público não conhecer tão bem os espaços obriga às pessoas a “estarem mais atentas”, e é aí que “esta agenda vem ajudar, a conhecer os filmes” continua António Costa.
O site da Agenda do Cinema Independente já está em funcionamento e o suporte físico deve começar a ser distribuído “em breve e em todo o sítio”, passando por cinemas a bares, cafés ou restaurantes, diz Guilherme Blanco, que deixa ainda a sugestão para que qualquer sítio de exibição regular de filmes, como outras faculdades, contactem o pelouro da Cultura para passarem a figurar na agenda.