Na apresentação do projeto de urbanização das Eirinhas, que aconteceu esta quarta-feira na freguesia do Bonfim, Rui Moreira foi perentório: “Nós só faremos demolições no Bairro do Aleixo depois de termos este projeto e a Travessa de Salgueiros disponíveis. Só no próximo mandato. O que nós não vamos fazer é estar agora a fazer demolições, a espalhar as pessoas que ainda vivem no Aleixo pela cidade, porque isso criaria consequências terríveis”, declarou.
As declarações foram dadas na apresentação da Câmara Municipal do Porto (CMP) do projeto de urbanização das Eirinhas, uma área da cidade degradada e desqualificada entre a Avenida de Fernão de Magalhães e a Rua do Bonfim. O projeto contempla habitações que devem vir a albergar cerca de 100 famílias, áreas verdes e um equipamento desportivo.
A apresentação começou com a exibição de um vídeo sobre a obra. De seguida, o vereador do urbanismo foi o primeiro orador. Manuel Correia Fernandes louvou quem nunca desistiu da área e mostrou-se bastante agradado com o facto da zona, que o próprio considera “saudável mas carente de infraestruturas capazes”, ser alvo deste projeto, “que nada tem de monumental mas que dignifica todos”.
José Manuel Carvalho, o presidente da Junta de Freguesia do Bonfim afirmou que apesar de estar a falar por muitos e para muitos, se queria ficar por três palavras: “agradecimento, satisfação e desejo”. Manuel Carvalho agradeceu principalmente à Câmara do Porto, pela perserverança e trabalho investidos neste projeto, mostrou-se satisfeito pelas boas mudanças que a zona das Eirinhas certamente vai ter e desejou que as obras arranquem o quanto antes.
Por último, Rui Moreira felicitou o avanço do projeto e nesta mesma linha congratulou os proprietários privados que aceitaram investir na obra, que é financiada por uma parceria público-privada. “Hoje em dia quando se fala em parcerias público-privadas as pessoas ficam aterrorizadas”, disse entre risos. Para o presidente da câmara, foram também felizes coincidências que levaram à realização deste “projeto virtuoso”, num local que tinha sido “dos mais marcantes durante a campanha eleitoral, que claramente precisava de ajuda”.
Moreira frisou ainda que “apesar de se tratarem de habitações sociais, esta zona não vai estar num gueto”, pois faz parte do projeto a construção de um pavilhão desportivo polivalente, que vai ser o primeiro equipamento municipal do género em toda a freguesia do Bonfim.
O projeto arranca este ano, e prevê-se que esteja terminado em finais de 2017. O investimento público é de 5,8 milhões de euros e metade deste valor vai ser custeado pelo fundo do Aleixo. O arquiteto José Gigante é o responsável pela obra, com um projeto que já tinha feito há cerca de 15 anos.
Artigo editado por Sara Gerivaz