Depois do êxito da exposição “José Almada Negreiros: Uma Maneira de ser Moderno” que levou mais de 135 mil pessoas aos corredores da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, agora é a vez do Museu Nacional Soares dos Reis receber parte da obra de Almada Negreiros.
Cerca de 90 obras – algumas delas inéditas – poderão ser visitadas no Porto a partir do dia 30 de novembro, através da exposição “José Almada Negreiros: Desenho em Movimento”. A grande novidade?Seis vidros originais que o artista pintou à mão para “Lanterna Mágica” e que foram descobertos há poucos meses.
A história dos vidros, contou a curadora da exposição em Lisboa ao Observador, foi bastante peculiar: “Ao ver a publicidade à exposição de Lisboa, que tinha a imagem reproduzida do desenho original, percebeu que o que tinha em casa há muitas décadas era do Almada”, referiu Mariana Pinto dos Santos.
A família portuguesa, que tinha a peça por herança, prefere não ser identificada. Contudo, restituiu ao espólio da obra de Almada uma das muitas dezenas de trabalhos que dão conta da importância da linguagem cinematográfica na obra plástica deste artista. E é este o propósito da exposição: mostrar que o artista usou em várias obras o desenho de modo a contar uma história – como se de um filme ou um livro se tratasse.
Embora a exposição seja, de longe, menor que a de Lisboa (uma diferença de 210 obras), no Museu Soares dos Reis vão estar novidades apetecíveis, dentro das quais um retrato de Maria Madalena Amado – uma rapariga que costumava frequentar os bailes que Almada fez entre 1917 e 1918 – e 64 desenhos que compõem uma história (cinematográfica) ilustrada a que artista chamou “Naufrágio da Insula”, que conta a história do naufrágio ao largo da ínsula de Modelo, em 1934, em Viana do Castelo.
A exposição, com curadoria de Mariana Pinto dos Santos e a parceria da Fundação Calouste Gulbenkian, vai estar patente no Museu Soares dos Reis até 18 de março do ano que vem. O ingresso custa 5€ e a exposição pode ser visitada de terça a domingo das 10 às 18 horas.