Abre esta segunda-feira, 3 de janeiro, o Concurso Especial de Acesso e Ingresso para Estudantes Internacionais da Universidade do Porto (UP), relativo ao ano letivo 2022/2023. Sem contar com as vagas disponibilizadas pela Faculdade de Engenharia, serão mais de 652 as vagas exclusivas disponibilizadas, abrindo a porta a estudantes de nacionalidade estrangeira.

A lista cobre 50 das 52 licenciaturas e mestrados integrados da Universidade do Porto, entre todas as faculdades da instituição. Segundo os dados avançados pela UP em comunicado, a Faculdade de Ciências (186), a de Letras (162) e a de Economia (70) são as três com mais vagas, seguindo-se as de Direito (62), Psicologia e Ciências da Educação (61), Arquitetura (40), Belas Artes (26), Ciências da Nutrição e Alimentação (24), Farmácia (20), Medicina Dentária (16), Desporto (15) e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (13).

Entre os cursos específicos com mais lugares reservados, a licenciatura em Economia, da FEP, com 50 vagas, é a que mais recebe alunos de nacionalidade não portuguesa no próximo ano, à qual se segue as licenciaturas em Psicologia (47) – a partir deste ano sem mestrado integrado – e Biologia (45), além do Mestrado Integrado em Arquitetura, da FAUP (40).

Ficam de fora das vagas os dois cursos de medicina, da Faculdade de Medicina e do ICBAS, com uma estreia entre as opções: a nova licenciatura em Inteligência Artificial e Ciência de Dados, da FCUP, que entrou em funcionamento este ano, abre 15 vagas.

A primeira fase do concurso, iniciada esta segunda-feira, estende-se até 28 de fevereiro. Por agora, abrem-se 340 vagas, com as restantes a ser distribuídas por outras duas etapas: a 2.ª fase, de 1 de março a 13 de maio e a 3.ª fase, e de 19 a 25 de julho. FEP, FADEUP e FEUP apresentam um calendário próprio, com fases e prazos distintos.

Estas candidaturas são referentes a licenciaturas e mestrados integrados, excluindo outros níveis de ensino com inscrições próprias, desde que os estudantes sejam abrangidos pelo Regulamento de aplicação do Estatuto de Estudante Internacional da UP. No ano letivo 2021/2022, sobre estas condições, ingressaram na UP 353 novos estudantes internacionais, refere fonte da universidade ao JPN.

Propinas na UP com desconto para estudantes de língua portuguesa

As inscrições nas licenciaturas e mestrados integrados têm, como é habitual, custos superiores para estudantes internacionais. As anuidades variam entre os 3.500 e os 8 mil euros, consoante o curso em causa.

Para os alunos dos países que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, no entanto, o preço pode ser menor. A universidade baixa as propinas destes estudantes até 45%, além de promover, para o panorama geral, programas de apoio financeiro e articulação com bolsas de estudo.

Número de estudantes internacionais volta a subir em 2021 a nível nacional

A quantidade de alunos estrangeiros matriculados no Ensino Superior Público português voltou a subir em 2021. A alteração, relativa ao ano letivo passado, fez regressar estes valores a níveis pré-pandemia, que tinha feito descer a quantidade de inscrições devido às restrições sanitárias a nível global.

Segundo o jornal Público, que noticia os dados nacionais esta segunda-feira, a subida face ao ano anterior foi de 12,7%. Serão perto de 4.500 alunos matriculados nas instituições, estima o jornal com base em dados de 23 das 28 universidades e institutos, próximo dos 4.548 inscritos em 2019/2020.

Estes números fazem regressar o ritmo de crescimento que se observava desde 2014, apenas interrompido pela Covid-19 no ano letivo anterior.

De acordo com os dados recolhidos pelo jornal, estudantes vindos do Brasil (50%) e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (40% em conjunto) dominam a lista de nacionalidades dos que escolhem Portugal para tirar um curso.

Apesar da subida dos números gerais, a Universidade do Porto é a instituição pública que mais perde alunos estrangeiros em 2021/2022, com uma redução de 27% face ao ano anterior. Segue-se a Universidade do Minho, com 13%; e a Universidade Nova de Lisboa, com 12%, esta última devido à especial perda de fluxo nas escolas de negócios e gestão de informação, que lecionam em inglês e todos os anos recebem uma fatia considerável de alunos de múltiplas nacionalidades.

Artigo editado por Filipa Silva