Depois de “Noite Escura” (2004) e de “Sangue do Meu Sangue” (2011), João Canijo volta a ver um filme seu – “Mal Viver” – a ser escolhido como candidato português à categoria de Melhor Filme Internacional dos Óscares. Trata-se do primeiro de dois filmes – “Mal Viver” e “Viver Mal” – realizados em paralelo pelo autor. Estrearam ambos em maio nas salas portuguesas.

A escolha da Academia Portuguesa do Cinema foi anunciada esta quinta-feira (14), depois de um período de votações que decorreu entre 15 de agosto e 12 de setembro.

A par do filme de Canijo, eram também candidatos “Légua”, de Filipa Reis e João Miller Guerra (Uma Pedra no Sapato) e “Nayola”, de José Miguel Ribeiro (Praça Filmes).

“Mal Viver” junta assim a nomeação a outros prémios importantes já conquistados. Desses destacam-se a conquista do Urso de Prata – Prémio do Júri no Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro – premiação inédita na história do cinema português. “Mal Viver” arrecadou ainda o Prémio de Melhor Realizador no Festival de Montevideo e o Grande Prémio e o Prémio do Público no Festival de Las Palmas de Gran Canária, em Espanha.

Com produção da Midas Filmes e da Les Films de l’Après-Midi, “Mal Viver” tem cinematografia de Leonor Teles (“Balada de um Batráquio”, “Cães que Ladram aos Pássaros”) e um elenco muito feminino – como é habitual na filmografia de Canijo – integrado pelas (não menos habituais nos filmes do autor) Anabela Moreira, Rita Blanco e Cleia Almeida.

A ação do filme decorre “num hotel familiar junto à costa norte de Portugal”, onde “vivem várias mulheres da mesma família de gerações diferentes. Numa relação envenenada pela amargura tentam sobreviver no hotel em decadência. A chegada inesperada de uma neta a este espaço claustrofóbico provoca perturbação e o avivar de ódios latentes e rancores acumulados”, diz-nos a sinopse do filme.

A 96.ª edição dos Óscares acontece no dia 10 de março de 2023, em Hollywood, Los Angeles (EUA).