A polémica em torno das experiências científicas com células estaminais embrionárias está londe de chegar ao fim. Estas células têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de tecido humano e há a esperança de que num futuro possam vir a ser utilizadas no tratamento de várias patologias que hoje são incuráveis. Porém, a produção destas células implica a utilização de embriões humanos que acabam por ser destruídos durante o processo.

George W. Bush está contra os trabalhos de investigação que implicam a utilização de embriões. O presidente norte-americano acredita que destruir embriões é destruir vidas humanas e, como tal, não devem ser utilizados fundos públicos para tal. Por isso, em Agosto de 2001 proibiu o financiamento público à investigação que use células estaminais saídas de embriões destruidos.

O Congresso dos Representantes não teve a mesma opinião. Ontem, terça-feira, aprovou uma lei a favor do financiamento federal da investigação das células estaminais embrionárias, opondo-se à proibição anteriormente decretada por Bush, que agora ameaça vetar a lei.

Para evitar um veto presidencial, a lei deveria ter sido aprovada por maioria de dois terços, o que não aconteceu. Foi aprovada por 238 votos a favor e 194 contra. Na abertura dos debates do congresso estiveram presentes sobreviventes de doenças que tinham sido tratados com o recurso a células estaminais.

Mas George W. Bush permanece inflexível. Rodeou-se por 21 crianças que foram adoptadas quando ainda eram embriões congelados em clínicas que praticam fecundação “in vitro”. Segundo o presidente norte-americano, “os embriões são verdadeiras vidas humanas”.

Para além desta questão, o Congresso aprovou uma lei que irá viabilizar a criação e uma rede nacional de bancos de sangue recolhidos do cordão umbilical dos recém-nascidos para promover a investigação sobre as células estaminais e o tratamento dos pacientes.

Hugo Manuel Correia