O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) abriu 240 vagas para a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e 150 para o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). Mantém-se, desta forma, o número de lugares na FMUP e abrem-se cinco vagas no ICBAS.

Os valores contradizem o anúncio do director da FMUP, feito há uma semana, de reduzir 50 vagas para Medicina na UP. José Amarante reclamava o pagamento de 16 milhões de euros, por parte do Estado, para a construção de um novo edifício, como ficara acordado em 2001 no “Programa para o Desenvolvimento do Ensino de Medicina em Portugal”.

Fonte do gabinete de imprensa da Universidade do Porto afirmou ao JPN que “tem havido contactos” entre o reitor e o ministério. “Tem havido um compromisso, nos últimos dias, para desbloquear as verbas que estavam em falta”.

O director da FMUP disse hoje ao JPN não saber se estão em curso quaisquer negociações. José Amarante assegurou que vai equacionar a sua posição daqui a dois anos, se não houver um novo edifício para acolher os estudantes de medicina. “Ou me retiro ou encabeço uma luta forte”, anunciou, depois de, há uma semana, ter admitido que poderia demitir-se até ao final do ano se o Governo não transferisse as verbas em falta.

“Não vou contribuir para a degradação do ensino da Medicina na FMUP”, acrescenta José Amarante, que considera que não se vai “massificar o ensino da Medicina no Porto” porque já houve, este ano, uma diminuição do rendimento escolar dos alunos, devido à falta de condições físicas da faculdade.

O MCTES anunciou, em comunicado divulgado ontem, que está a resolver “directamente com a reitoria da UP” o problema da falta de instalações.

Carina Branco
Foto: FMUP