Após a Revolução, os portugueses recuperaram a liberdade e a igualdade perante a lei e a democracia deu os primeiros passos.

É reconhecida aos trabalhadores a liberdade sindical, condição e garantia da construção da sua unidade para defesa dos seus direitos e interesses. Trabalhadores caixeiros, têxteis, metalúrgicos e outros expulsaram dos seus sindicatos as direcções fascistas comprometidas com o patronato. Em suma, a revolução do 25 de Abril pôs fim à mais velha ditadura europeia, destruiu os maiores factores de opressão política e social, abriu as cadeias aos presos políticos, pôs fim à polícia política e à repressão estudantil e consolidou a liberdade sindical.

Rui Viana, dirigente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, destaca as principais alterações que surgiram com o 25 de Abril: “em todos os sindicatos passaram a ser os trabalhadores inscritos como associados a comandar a sua própria actividade; realizaram-se eleições livres, em que grupos de trabalhadores apresentavam listas aos corpos gerentes dos respectivos sindicatos”.

Para Jorge Pinto, do Cesnorte, “fundamentalmente mudou tudo. Houve as primeiras eleições livres, os trabalhadores tiveram hipótese de eleger os seus dirigentes, depois foram aprovados novos estatutos. Naquela altura, os sindicatos dedicaram-se muito às reivindicações fundamentais dos trabalhadores”. Jorge Pinto realça ainda que “muitos dos direitos que ainda hoje subsistem, como o direito ao salário, a férias, ao subsídio de Natal, o direito de associação e organização, estão ligados a esse momento histórico que foi o 25 de Abril”.

Ana Sofia Ribeiro