São robôs que jogam futebol, robôs que dançam e robôs que evitam obstáculos. Serão às dezenas os autómatos que vão animar o Pavilhão de Cristal, no Porto. É a quarta edição do Festival Nacional de Robótica, uma competição organizada anualmente numa cidade diferente. Este ano é o Porto que acolhe um dos maiores eventos anuais de ciência em Portugal e, porventura, a maior competição científica nacional.

O futebol robótico é o tema central desta edição. No festival, várias ligas de futebol entre robôs de vários tamanhos e tipos. São duas competições de futebol, uma entre equipas de universidades e politécnicos e outra entre escolas secundárias. Luís Paulo Reis, da organização do evento, na apresentação oficial do evento que decorreu hoje, destacou a aliança “quase inédita” entre Universidade (Faculdade de Engenharia do Porto – FEUP), Politécnico (Instituto Superior de Engenharia do Porto – ISEP) – a organização é partilhada por ambas as instituições – e escolas do ensino secundário que participam nas provas.

Avizinha-se o Robocup 2004, o torneio internacional da modalidade que se realiza em Lisboa nos meses de Junho e Julho. A Robótica 2004 será a última oportunidade para as equipas portuguesas “afinarem” os últimos detalhes para a competição internacional.

”Está-se a fazer história na ciência”

Eduardo Pereira da Silva, professor do ISEP e elemento da comissão de organização do festival, sublinhou a importância do evento. “Está-se a fazer história na ciência”, afirmou. O professor comparou a era que vivemos com o início do século XX e traçou um paralelo entre esse momento decisivo e o actual momento histórico. “Estamos a passar a capacidade de decisão para as máquinas”, concluiu.

”É necessário um novo modelo para o festival”

O Robótica 2004 espera ser visitado por 10 mil visitantes. A entrada é gratuita e as provas podem ser vistas na Internet em streaming. Em relação à edição de 2003, realizada em Lisboa, o festival conta com mais competições e mais equipas. António Paulo Moreira, da FEUP, destaca o facto de “mais de metade das equipas do festival serem do ensino secundário”, sublinhando que os alunos adquirem um gosto pela matemática e engenharia ao ver a aplicação prática dos seus conhecimentos.~

O ritmo de crescimento do festival obrigará a “um novo modelo” de organização e financiamento, talvez já para a próxima edição. A organização sonha com umas Olimpíadas, com vários espaços físicos que permitam provas aquáticas e aéreas. O Porto seria uma bela cidade olímpica para robôs, dizem.

Pedro Rios