A Sida já matou mais de 20 milhões de pessoas. O alerta surge num relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgado hoje em Genebra, na Suíça. A organização faz questão de frisar neste relatório que o “mundo tem uma oportunidade única de lutar contra o HIV/SIDA e de mudar o curso da história”. Mas no momento a situação é alarmante e incide sobretudo sobre a população adulta e activa: a SIDA é apontada no relatório como a principal causa de morte entre adultos dos 15 aos 59 anos de idade.

O que se passa é que “há mais pessoas do que nunca a morrer de SIDA e a serem infectadas pelo HIV”. Estima-se que sejam, actualmente, entre 34 a 46 milhões de almas a conviverem diariamente com a doença. Para ser mais concreta, a OMS avisa que só em 2003, três milhões de pessoas morreram e cinco milhões foram infectadas pelo vírus.

A “oportunidade” que segundo a OMS não pode ser desperdiçada, prende-se com dois factores: os recursos financeiros angariados (que incluem 20 milhões de dólares de países doadores) e os “20 anos de experiência e trabalho” desenvolvidos pela organização.

A situação é particularmente grave nos países em vias de desenvolvimento. Diz-nos a OMS que nestes países vão morrer cerca de seis milhões de pessoas no futuro próximo senão receberem tratamento adequado, “mas apenas 400 mil destas vão recebê-lo até ao final de 2003”.

A directora da OMS, Jong-wook Lee sublinha ainda no relatório que está a ser implementada pela organização “uma estratégia que liga prevenção, tratamento, cuidado e apoio para as pessoas infectadas”. O tratamento é apontado pelo organização como um elemento fundamental que tem sido “o mais negligenciado” nos países em vias de desenvolvimento. Alerta ainda a OMS que o compromisso político e a assunção de responsabilidades por parte dos governos na implementação dos programas de luta contra a SIDA, são fundamentais para o combate “à pior epidemia global dos últimos séculos”.

Liliana Filipa Silva