Durão Barroso adia a visita oficial ao México, onde se iria encontrar com o Presidente mexicano Vicent Fox, para ir a Gelsenkirchen, na Alemanha, apoiar o FC Porto na final da Liga dos Campeões, no próximo dia 26. Durante a sua visita ao México, o primeiro-ministro iria inaugurar a cátedra de José Saramago na maior universidade mexicana.

Esta visita foi marcada antes do clube português ser apurado para a final da Liga dos Campeões. Várias tentativas foram feitas para “encaixar” a visita entre os compromissos do primeiro-ministro. Encurtar a visita ou fazer a visita oficial depois da cimeira América Latina/ Caraíbas/União Europeia, a realizar no dia 28, foram algumas das hipóteses avançadas, mas devido à agenda apertada de Durão Barroso, a viagem foi mesmo adiada.

“Após consultas com as autoridades mexicanas, e devido à final da Liga dos Campeões na qual o FC Porto irá participar, o Governo português decidiu adiar a visita oficial”, disse o gabinete do primeiro-ministro, ao jornal «Público». A explicação dada para justificar o adiamento foi a necessidade de estar mais atento ao futebol quando faltam 15 dias para o Euro 2004.

O director do jornal «Comércio do Porto», Rogério Gomes, afirma não haver “prejuízo nenhum” para o país o adiamento da visita até porque, do ponto de vista da imagem de Portugal, “este jogo é muito mais importante que a visita ao México” uma vez que “da visita ninguém ia saber, mas deste jogo toda a gente vai saber”, afirma o director.

No momento em que muito se fala da relação perigosa entre política e futebol, esta troca por parte do primeiro-ministro veio levantar alguma polémica. Rogério Gomes não percebe porque noutros países “os políticos podem ser presidentes de empresas municipais, de cultura, podem misturar funções e só em Portugal é que isso parece ser proibido”, diz.

A concordar com esta posição está o director de redacção do JN, David Pontes, para quem a “importância que o acontecimento (final da Liga dos Campeões) tem em termos nacionais e para a comunidade emigrante, só seria estranho se o primeiro-ministro não estivesse presente” até porque a ida ao México “é uma visita banal, onde não temos grandes ligações”, ao contrário da Alemanha.

Vânia Cardoso