Esta lista candidata às eleições aposta, sobretudo, na inovação. Uma das novidades é o facto de não ter um candidato a presidente, mas sim uma direcção colectiva.

Questionado sobre a possibilidade de haver um ensino superior sem propinas, José Soeiro é peremptório: “Quando dizem que não há dinheiro, é uma questão de prioridades. Há dinheiro para submarinos, estádios. As propinas são uma opção do estado e não uma necessidade. A riqueza de cada um não deve ser impedimento à educação”. Além disso, “a grande maioria das despesas no Ensino Superior já é paga pelas famílias, não é justo que paguem ainda as propinas. É preciso radicalizar a luta”.

Para demonstrar que a inexistência de propinas é possível, o candidato recorre ao exemplo seguido por outros parceiros da EU: “na Alemanha, Dinamarca e Grécia os estudantes não pagam propinas”. Na opinião de José Soeiro há várias alternativas viáveis: “através dos impostos e de uma reforma fiscal em que os ricos paguem mais que os outros,…” Actualmente, os impostos já asseguram os direitos relacionados com a saúde e a segurança social. A educação devia, para este aluno, também estar incluída

Quanto a propostas, este membro da direcção colectiva avança que não têm “promessas”, mas sim “ideias”. Apoiam-se num discurso “estruturado, inovador e sem cedências – que vá de encontro aos princípios que defendemos”. Comprometem-se a oferecer uma AE “combativa, comprometida com princípios fortes e sem medo de os defender e de, se necessário, radicalizar as suas acções”.

Pretendem uma educação como “direito social e não como um negócio”. Para tal, José Soeiro dá o exemplo da Faculdade de Letras de Lisboa em que a propina não foi fixada por acção da AE. A lista “R” quer ainda abrir a faculdade “ao mundo”, ou seja, quer que a faculdade não seja “só” um espaço de aulas, mas sim de “múltiplas aprendizagens”. Em resumo, o objectivo é superar o “marasmo cultural e social que existe em Letras”, diz o candidato.

Para este aluno, é possível cumprir todas as propostas, desde que”todos dêem o corpo por elas. Não queremos trabalhar sozinhos mas sim multiplicar os grupos de trabalho”.

Andreia Abreu