O líder madeirense mostra disponibilidade para discutir uma solução constitucional para o assunto e acusa frequentemente Lisboa de ser a causadora do conflito. Para ele, esta atitude demonstra que a Madeira não é querida «no seio da Pátria Portuguesa».

João Jardim defende ainda que a próxima revisão constitucional tem de reformar o sistema político e, se isso não acontecer, terá de ser eleito, em 2006, um presidente que referende a Constituição da República.
Para o governante, sem Constituição não haverá uma IV República e isso é mau porque a «III [República] está moribunda».

O governo de Durão Barroso anunciou um pacote de 38 medidas no início do seu mandato para a Região e que caminham no sentido de maior autonomia. Muitas dessas medidas, principalmente transferências de competências, já foram implementadas, mas há um número significativo de promessas que ainda não passaram do papel.
Entre essas medidas, contam-se a regionalização dos serviços de geodesia, cartologia e cadastro; a regionalização de serviços ligados aos ministérios das Finanças e da Justiça; a instalação de serviços numa Loja do Cidadão; a regularização do Registo Civil do Funchal, entre outras.

Para o maior partido da oposição, o PS, o aprofundamento da autonomia só pode acontecer se estiver associado ao aprofundamento da democracia na Região. Assim, propõe como medidas fundamentais a limitação dos mandatos dos presidentes executivos regionais e locais, e a aprovação de uma nova lei eleitoral para o parlamento madeirense. Admitem também o fim do cargo de Ministro da República, mas com a devida substituição.

Realizado em Janeiro/2004

Milene Câmara