Novais Barbosa critica os sucessivos cortes no orçamento disponibilizado pelo Estado ao ensino superior: “quando se fala em atingir, em 2010, três por cento do PIB (produto interno bruto) destinados à investigação, parece que, em vez de nos aproximarmos desse valor, nos estamos a afastar”. Considera este desinvestimento “preocupante sobretudo depois do que é conhecido como estratégia de Lisboa e Barcelona, no que diz respeito à investigação”.

A UP tem procurado obter meios alternativos de financiamento: “queremos ver se consolidamos esse tipo de financiamentos que é uma garantia perante os cortes, relativamente à atenuação dos quais eu não tenho grandes esperanças”.

Neste quadro, a UP assinou esta quinta-feira um protocolo com uma instituição bancária para o financiamento de um cyber-café e melhorar as condições dos museus. Segundo Novais Barbosa o recurso à banca vai prosseguir de forma que a UP possa concretizar outros investimentos.

Desaproveitamento das propinas

O aumento das propinas já tem valores fixos e a concretizar até ao ano lectivo de 2006/07. Novais Barbosa gostava que “pelo menos o que vai além da propina mínima, ficasse efectivamente afecto a projectos concretos da Universidade e fosse aplicado na melhoria das condições de vida dos estudantes”. esta não é a realidade e o reitor manifesta uma preocupação: “receio que com esta erosão de orçamentos, nem isso consigamos”.

Ainda assim, o reitor relembra a obtenção das melhores classificações atribuídas pelo Conselho Nacional de Avaliação a diversos cursos, com principal destaque para as áreas de Ciências e Engenharia. “Estamos sempre a lutar por melhorar as condições do ensino e é claro que as coisas não se concretizam de um dia para o outro”, sublinha Novais Barbosa.