As horas de trabalho dos portugueses sofreram um decréscimo de 6% entre 1995 e 2003, de acordo com dados revelados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Os portugueses em 2003 trabalharam menos 100 horas relativamente a 1995.

Este facto não implica menos produtividade que aumentou em 2,2% nos últimos dez anos. Um número que não impede a queda da produtividade registada a partir de 2001, em especial em 2003 em que decréscimo de 0,8%.

No 1º semestre de 2004, a produtividade aumentou 0,8% em termos homólogos, invertendo a tendência de quebra do último ano e meio. As previsões da OCDE de Outono último indicam um crescimento de 0,9 e de 1,1% para 2004 e 2005.

Uma situação “natural”

Para Paula Bernardo, da Comissão Permanente da UGT, a diminuição das horas de trabalho “é uma situação natural”, que deriva sobretudo da redução da carga horária laboral de 48 para 40 horas semanais, seguindo a linha da UE. “Portugal saiu dos anos oitenta com um dos mais pesados horários de trabalho, recorda Paula Bernardo.

Quanto à evolução da produtividade, a UGT lembra a queda registada a partir de 2001, dada a crise económica, e apela à criação de “condições para o reforço da produtividade”, uma vez que é “fundamental a retoma económica de 3%”.

Milene Marques