Madrid revive hoje a memória dos atentados de 11 de Março. As 192 vítimas mortais do maior ataque na Europa nos últimos 17 anos são homenageadas numa cerimónia que o Governo espanhol pretende que seja “discreta e suficiente, absolutamente respeitosa para com a memória das vítimas”.

Às 7h37 locais, hora em que no dia 11 de Março de 2004 explodiram dez bombas em quatro comboios da cidade, os sinos deram início às cerimónias. O ponto mais alto da homenagem é no parque madrileno do Retiro, onde os reis espanhóis inauguram o “Bosque do Ausentes”, um jardim com 192 ciprestes e oliveiras em memória dos 192 mortos.

Em contrapartida, a associação das vítimas – Associação 11-M – declarou não participar em nenhum dos actos de hoje, afirmando que os familiares desejam “viver este dia na intimidade, longe de qualquer manifestação pública”. A presidente da associação, Pilar Majon, acusa os partidos de usar a dor das vítimas para fins partidários e de fazerem política “digna de um curso escolar”.

Para a Comissão Parlamentar que investiga os atentados a melhor maneira de homenagear as vítimas é “fortalecer a luta contra o terrorismo e fazer recomendações operacionais que possam ser úteis a outros poderes do Estado”.

O ministro do Interior, José António Alonso, informou que vai aumentar o número de agentes especializados em grupos armados islamistas e sublinhou a necessidade de “manter a máxima pressão policial, a luta do Estado de direito contra o terrorismo”.

Em paralelo às homenagens de hoje, realizou-se em Madrid, entre terça-feira e ontem, a Cimeira Internacional sobre Segurança, Terrorismo e Democracia, uma iniciativa que junta 50 ex-chefes de Estado e governo.

Andreia Barbosa