As agências de viagens estão mais ocupadas que o habitual. Motivo: os estudantes acorrem em massa aos pacotes turísticos com preços mais convidativos. Destinos como o nordeste brasileiro, Cuba, Cancun, Canárias, Punta Cana e Varadero são os mais atractivos para quem sonha acabar os estudos num local paradisíaco.
Em busca dos paraísos perdidos
Raquel Silva, operadora turística da Sol Férias, fala das reversas para a Semana Santa. “Tudo o que é Brasil e Caraíbas está tudo cheio”, garante. Em relação ao ano passado, Raquel Silva diz que a Sol Férias perdeu dinheiro por não ser especializada em viagens de finalistas: “Na Páscoa vende-se bem, mas como este ano houve uma enchente de estudantes, diminuíram as vendas”.
Com programas turísticos especiais para finalistas, a Abreu Jovem oferece descontos que podem chegar aos 20% e 30%. O técnico de turismo da Agência Abreu, Sérgio Pereira, refere que a viagem consegue sair ainda mais barata se os estudantes se organizarem em “grupos de 20 e 25 pessoas no mínimo”.
No Curso de Direito da Universidade Católica do Porto (UCP), Francisco Guedes é um dos responsáveis por planear a viagem dos 55 alunos do seu ano. O destino escolhido é o México e o preço por aluno anda à volta dos 900€, “preço que não inclui as viagens a museus e os acostumados ‘souvenirs'”. O dinheiro para a viagem, explica Francisco Guedes, “foi angariado ao longo dos cinco anos de curso, numa conta aberta exclusivamente para as despezas da viagem de finalistas”.
Propinas obrigam a apertar o cinto
Mas nem todos os estudantes estão dispostos a alargar os cordões à bolsa, sobretudo os do Ensino Público, porque as propinas são caras. O vice-presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (AEFLUP), Adélio Grazino diz não conhecer nenhuma comissão de curso que organize viagens de finalistas.
“As viagens costumam ser feitas na Páscoa e ainda não foi publicitado nada na faculdade”. Adélio Grazino conclui dizendo que “não é muito tradicional haver viagens na FLUP. No ano passado houve só um grupo pequeno do curso de História que planeou uma viagem de finalistas”.
“Diz-me quanto tens, dir-te-ei para onde viajar”
Para os mais comedidos e que esperam passar alguns dias inesquecíveis antes de entararem no mercado de trabalho, há viagens a 500 euros, Sérgio Pereira diz que “é do mais barato que há na Abreu”. Para os que estão dispostos a gastar mais uns trocos, há um leque de viagens bastante variado a partir 1.000 euros por pessoa.
