“O festival, com o dinheiro que teve nesta edição, não vai para a frente no próximo ano”. As palavras são do director do Festival de Cinema e Vídeo Jovem de Espinho (FEST), que termina este domingo a sua segunda edição. Segundo Filipe Pereira, o orçamento da edição deste ano, conseguido através do Governo Civil de Aveiro e do grupo Solverde, torna “incomportável, até fisicamente, realizar um festival desta envergadura”. Recorde-se que o FEST apresentou este ano 90 filmes a concurso, exibidos durante a passada semana, no Centro Multimeios, em Espinho.

“Estamos a fazer um trabalho tão bom ou melhor do que muitos outros festivais que estão a fazer dinheiro”, refere o director do FEST, que se queixa do facto das verbas relativas aos apoios terem chegado “tarde e a más horas”. O atraso impediu a organização do festival de cumprir o plano de divulgação que tinha preparado e que incluía “uma relação próxima com as escolas de cinema, para ter um encontro de estudantes com muita gente”. “Só conseguimos pôr material promocional nas Associações de Estudantes com duas semanas de antecedência”, revela Filipe Pereira.

Mas nem tudo é sombrio no horizonte do festival espinhense. A segunda edição do FEST abriu portas a uma colaboração com a SIC Radical, que vai apresentar alguns dos filmes que estiveram no festival. Para além disso, a parceria prevê um programa televisivo, que, de acordo com Filipe Pereira, vai tornar o festival “no primeiro do país a ter um espaço desse género”. Prevê-se que a colaboração entre as duas entidades se inicie num prazo máximo de seis meses.

Também no horizonte do FEST está uma colaboração mais próxima com o festival alemão up-and-coming, organização irmã da mostra portuguesa. Será a organização do FEST que vai escolher os filmes portugueses que serão apresentados na edição 2005 do up-and-coming. Para além disso, já está acordada uma sessão dedicada apenas ao cinema português, intitulada “FEST – Melhores Novos Realizadores Portugueses”. O objectivo da sessão é apresentar o melhor cinema dos jovens realizadores portugueses num dos maiores festivais de cinema jovem do mundo.

João Pedro Barros