“O príncipe Rainier foi um grande chefe de Estado que permitiu realmente desenvolver o seu país. Hoje em dia a população do Mónaco está extremamente grata por tudo que ele fez ao longo destes anos”, afirma Henrique Polignac Barros, cônsul do Mónaco em Portugal. O diplomata destaca ainda as suas qualidades pessoais: “era uma pessoa extraordinária, muito humana, inteligente, trabalhadora e perseverante. Tinha uma grande capacidade para ouvir os outros e para os ajudar”.

Rainier foi príncipe do Mónaco durante mais de 55 anos. Começou por modernizar o país, apostando na educação. “Hoje em dia a população do Mónaco tem um nível educacional muito elevado”, refere o cônsul que salienta os investimentos nas infra-estruturas e na ampliação do território ao principado, já que o grande problema do Mónaco é a “exiguidade territorial”. Desenvolveu ainda o turismo e a cultura, tendo feito a “Primavera das artes” e reconstituído a Orquestra Filarmónica de Monte Carlo. Não esqueceu também as artes e as letras, a medicina, a oceanografia e a ciência. “Fez verdadeiramente muito pelo seu pais”, menciona o representante diplomático.

“A sucessão será tranquila e sem qualquer sobressalto”

Rainier será sucedido pelo seu filho Alberto, de 47 anos. O cônsul diz que a população apoia o príncipe regente e que haverá uma continuação perfeita do legado do seu pai Rainier. “A sucessão será tranquila e sem qualquer sobressalto. O príncipe Alberto tem uma grande experiencia, já está muito bem preparado, embora tenha uma personalidade diferente do pai”, explica o diplomata. Sendo o príncipe Alberto um desportista, Henrique Polignac Barros acredita que ele terá maiores preocupações com o desporto durante a sua regência.

Pedro Sales Dias
Foto: AP