O Lúpus Eritematoso é uma doença que afecta tanto homens como mulheres, embora se registe uma prevalência mais acentuada em indivíduos do sexo feminino. A nível etário, o Lúpus afecta sobretudo adultos jovens com idades compreendidas entre os 20 e os 40 anos.

O Lúpus é uma doença fortemente incapacitante. Isabel Reis, da direcção da Associação dos Doentes de Lúpus em Portugal, em declarações ao Jornal “Público”, declarou existir uma forte tendência para reformas antecipadas em doentes com Lúpus. A doença é incompatível com um ritmo de trabalho “normal”, uma vez que os doentes sofrem de quebras abruptas e energia e de produtividade ao longo do dia.

O Lúpus é uma doença de origem desconhecida que se pode manifestar de muitas formas. A manifestação mais benigna da doença é a cutânea onde as lesões circunscrevem-se à pele, com feridas com a forma de uma “borboleta”.
A forma mais severa da doença é o Lúpus Sistémico, criando lesões de forma generalizada nas articulações e em todo o organismo humano, com especial incidência no sistema renal.

No fundo, o Lúpus consiste numa espécie de mecanismo de auto-destruição do organismo. O sistema imunitário, afectado pela doença, produz anticorpos que, em vez de defenderem o organismo contra ataques externos, acabam por atacar o próprio corpo.

As causas concretas do aparecimento do Lúpus permanecem um mistério, porém, segundo Isabel Reis, há teorias que defendem que nos casos onde já existe uma certa predisposição genética para o desenvolvimento da patologia. Determinadas condições ambientais como a exposição à luz solar e alguns medicamentos poderão despoletar o aparecimento dos sintomas.

Isabel Reis reitera que, apesar da doença ser crónica e, como tal, não existir ainda uma cura efectiva, a doença é “tratável”, possibilitando uma vida sem grandes limitações, dependendo do rígor com que os doentes conduzam os tratamentos.

Hugo Manuel Correia