As ruas ficaram inundadas de uma grande massa humana. Estudantes, turistas e os próprios habitantes da cidade de Coimbra acotovelavam-se nos passeios para acompanhar o tradicional cortejo da Queima das Fitas – um “ex-libris” das festividades estudantis da cidade universitária.

Segundo Filipa Reveles, coordenadora da administração da Associação Académica de Coimbra, a Queima deste ano está a atrair um público vasto: “Temos muita gente de fora da academia, o que é bom para que possamos dar a conhecer a academia a pessoas que não são estudantes e que vêm de outras academias”, afirma ao JPN.

O cortejo de Coimbra não tem paralelo no panorama universitário português. Ao longo do ano lectivo, várias comissões de alunos unem esforços para angariar patrocinadores para a construção do “carrinho” de cada curso.

Depois, no dia do cortejo, ao longo do percurso, os estudantes que seguem no carro distribuem pelos colegas e pela população conimbricense os resultados desse trabalho. Garrafas de cerveja, água, refrigerantes e comida, tudo em grande quantidade para que ninguém fique de mãos vazias.

Este ano houve um pequeno atraso que alongou a passagem do cortejo e, tal como no ano passado, um dos carros da Faculdade de Medicina voltou a incendiar-se, mas sem consequências graves. Para Filipa Reveles, o “cortejo está a ser super positivo”. “Temos 93 carros da Universidade e mais alguns do Politécnico. São mais do que em anos anteriores, logo o balanço está a ser muito bom.”

O estigma do álcool

As garrafas de cerveja partidas acumulam-se no chão por onde passa o cortejo. Perante as acusações de que a festa dos estudantes se está a transformar numa festa do álcool, a Associação Académica de Coimbra tentou este ano apelar à responsabilidade dos estudantes.

“Há duas semanas andámos na rua com várias campanhas anti-álcool, mas depende da racionalidade de cada um. Por muitas campanhas que façamos, cada pessoa tem que ter responsabilidade por si própria.”, explicou Filipa Reveles.

Noites longas e animadas…

As noites da Queima também têm tido uma grande adesão por parte dos estudantes e do público em geral. Com um cartaz composto por quatro actuações por noite, a AAC apostou na contratação de grandes nomes do mundo da música como Alanis Morissette. “Queríamos mostrar que a Queima não morreu, como algumas pessoas começam a dizer”, explica Filipa Reveles. “A Queima de Coimbra não vai morrer nunca”, acrescentou.

A semana da Queima das Fitas de Coimbra termina amanhã, sexta-feira, com as actuações de Pedro Abrunhosa, Terrakota, A Jigsaw e o grupo de fados de Coimbra.

Hugo Manuel Correia
Letícia Amorim