Qual foi o principal contributo do trabalho da Voyager no aumento do conhecimento que o Homem tem do Espaço?
O principal contributo foi mesmo na astronomia planetária. As sondas Voyager foram das primeiras missões a visitar os planetas exteriores e foram as primeiras a chegar aos dois últimas planetas exteriores. Não conheciamos muito bem aquela zona do Sistema Solar, por isso foram importantíssimas.
A Voyager conseguirá funcionar durante muito mais tempo?
Os geradores nucleares destas sondas têm durado décadas. Por isso, enquanto eles funcionarem bem, a sonda pode funcionar perfeitamente. Agora, depois pode tornar-se difícil comunicarmos com a sonda, porque elas já estão longe o suficiente para que não seja muito fácil comunicarmos com ela.
São estas sondas que possuem um disco com informação do planeta Terra?
As Sondas Voyager têm um disco LP, com mensagens gravadas. É um disco de cobre banhado a ouro. Inclui uma gravação do Dr. Carl Sagan, que era um dos cientistas envolvidos na missão, 115 imagens dos quatro cantos do planeta e uma variedade de sons naturais e selecções de música. A saudação está em 55 línguas.
A Voyager encontra-se agora na chamada Zona Final? Concretamente em que consiste essa área do espaço?
A Voyager ultrapassou uma das definições do fim do sistema solar. Não há só uma. Esta conceito de Zona Final é o sítio onde o vento da nossa estrela, o sol, tem uma força igual ao vento das outras estrelas da nossa redondeza. A isso chama-se heliopausa – o sítio onde a influência directa do sol, da energia do sol, é contrabalançada pelas outras estrelas.
É uma zona em que estamos equidistantes das outras estrelas?
Não estamos equidistantes. Apesar de tudo, a Voyager está muito mais próxima da nossa estrela do que de todas as outras. O que interessa é que em termos de força do vento solar, é nesta zona que a nossa estrela tem tanta força como todas as outras estrelas lá fora. O vento solar já se espalhou e perdeu força suficiente para criar uma onda de choque entre o nosso vento e o vento das outras estrelas.
Alguma outra sonda conseguiu alcançar esta proeza?
Não. Segundo sei, uma das Pioneer também está a caminho. Espera-se que um dia lá chegue, mas, segundo sei, estas sondas já não estão em contacto. Já não são utilizadas para calibrar antenas de viagem de satélite em espaço profundo. Mas já não estão a fazer trabalho científico. Pelo contrário, decidiram manter as Voyager para descobrir onde fica esse limite.
“To boldly go where no one has gone before”. Este é um conhecido “slogan” do universo “Star Trek”. Parece que estas sondas conseguiram torná-lo realidade…
Efectivamente! Chegaram onde nunca ninguém foi antes.
